Os casos de varíola dos macacos (monkeypox) se multiplicaram rapidamente pelo mundo nos últimos quatro meses, ultrapassando a marca dos 41,7 mil diagnósticos nesta segunda-feira (22/8). Embora a forma de transmissão mais comum no atual surto seja o contato pele a pele durante relações sexuais, outras situações podem representar risco à população.
A infectologista Ana Helena Germoglio, com clínica em Brasília, explica que o vírus da monkeypox começa a ser transmitido cerca de cinco dias antes de o paciente desenvolver lesões pelo corpo e persiste com capacidade de infectar até que a pele se recupere por completo, quando as crostas das feridas começarem a cair.
Durante o período de infecção ativa, qualquer situação na qual haja contato próximo, como festas, transporte público e academia, pode levar à transmissão viral.
Dentro de casa
O compartilhamento de lençóis, roupas, toalhas e objetos com uma pessoa infectada pode resultar em transmissão.
Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos mostrou que o vírus pode permanecer em superfícies tocadas por pacientes até 30 dias depois do contato. Não ficou claro, no entanto, se o patógeno consegue infectar outras pessoas por essa via.
Festas e shows
O ambiente menos iluminado e o uso de álcool acabam dificultando o julgamento de risco e a identificação de feridas. Por isso, a especialista recomenda o uso de roupas com mangas, a não ingestão de álcool e drogas e evitar os encontros sexuais casuais.
Na academia
As academias são consideradas locais de baixo risco de transmissão. Contudo, os protocolos de higiene que aprendemos com a Covid-19 são muito bem-vindos para evitar a varíola dos macacos.
Lavar as mãos com frequência e desinfetar os equipamentos compartilhados antes e depois do uso são medidas obrigatórias.
Transporte público
Assim como nos ambientes de maior aglomeração, o contato pele a pele no transporte público pode levar à transmissão da monkeypox. Novamente é indicado o uso de peças de roupa que cubram a maior parte do corpo.
“A transmissão pode, eventualmente, ocorrer no transporte público. Se tivermos uma proteção entre a pele e as lesões de outra pessoa, evitamos a transmissão. Não é à toa que os médicos usam capote (roupa hospitalar) quando examinam o paciente. A roupa nada mais é uma barreira para evitar o contato da nossa pele com a do paciente contaminado ou com suspeita de lesão”, explica a infectologista Ana Helena.
No restaurante
Além do contato pele a pele, a doença pode ser transmitida a partir de gotículas respiratórias e, possivelmente, por aerossóis de curto alcance caso haja lesões ou feridas infecciosas na boca.
É importante ter atenção nos bares e restaurantes e evitar experimentar bebidas e refeições de outras pessoas, com o compartilhamento de copos, canudos e talheres.
Fonte: Metrópoles