Em um dos episódios do documentário ‘Pacto Brutal’, que conta toda história em volta do assassinato da atriz Daniella Perez, um produtor do teatro contou que Guilherme de Pádua, assassino confesso da filha de Gloria Perez, costumava sempre estar envolvido nas confusões que rolavam nas gravações de cenas mais delicadas, como as que envolviam agressão ou morte de algum personagem.
Marcus Montenegro, que produziu a peça ‘Blue Jeans’, espetáculo que tinha Guilherme de Pádua no elenco, contou que o agora ex-ator costumava se envolver em episódios bem estranhos em cena. “Onde tinha confusão o Guilherme estava envolvido. Desde a cena da morte em Blue Jeans, que ele resolveu fazer uma manobra diferente e machucou um ator em cena. Teve um dia que teve um acidente com um canivete com outro ator, e foi ele quem fez o acidente”, começa contando o produtor.
Em seguida, ele relembrou detalhes do que aconteceu. “Naquele dia, ele pegou o canivete. Ele substituiu o Alexandre Frota [que havia faltado] e cortou o Jonas. O contra-regra comprava uns 10 canivetes, praticamente, a cada 15 dias. E uma das minhas maiores preocupações era que o contra-regra tirasse o fio do canivete. Até que o Guilherme se oferece para ajudar o contra-regra [a tirar o fio do canivete]. E depois a gente descobre que um dos canivetes não foi tirado o fio”, contou Montenegro.
Fábio Assunção, também em depoimento à série documental ‘Pacto Brutal’, disse que já foi agredido de verdade por Guilherme de Pádua em cena. “Ele fazia um policial, então ele me prendia, tinha que me bater, mas era ensaio. E ele me deu um soco em cena. Foi na minha garganta, aquilo deu uma discussão enorme. Achei até que ia ficar com algum problema na voz”, lembrou o ator.
O assassinato
Quando matou Daniella Perez, Guilherme de Pádua era colega de elenco da atriz na novela ‘De Corpo e Alma’, trama em que ele dava vida ao personagem Bira. Pádua emboscou a atriz em um posto de gasolina e, com a ajuda de Paula Thomaz, matou a intérprete de Yasmin, com quem fazia par romântico, com diversas punhaladas no coração e no pescoço. Depois, abandonou o corpo da vítima em um matagal ermo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O documentário
‘Pacto Brutal’ revelou detalhes da investigação que resultou na condenação de Guilherme de Pádua e Paula Thomaz. A versão apresentada na série documental foi a mesma sustentada pelo promotor de acusação que conseguiu a condenação de Guilherme a 19 anos de prisão e de Paula a 18 anos.
A produção conta ainda com depoimento de diversos famosos que acompanharam o desenrolar das investigações de perto e de testemunhas do caso. Na versão acatada pelo júri, a motivação para o crime, no caso dele, foi vingança da autora da trama, mãe da vítima, por conta de seu personagem, que estava perdendo espaço no folhetim. E no caso dela, ciúmes do marido, visto que Daniella fazia par romântico com Pádua na novela.
Os assassinos
Os dois saíram da cadeia para cumprir o regime semi-aberto com menos de 7 anos presos. Atualmente ele mora e Belo Horizonte com sua atual mulher, onde trabalha e atua como pastor. Ela, por sua vez, se casou novamente, se formou em direito na mesma faculdade de Daniella Perez. Também se casou novamente e teve outros filhos, além do primogênito, fruto do casamento com Pádua.
Fonte:Metrópoles