Desde que migrou do gospel para a música pop há cerca de um ano, Priscilla Alcântara passou a ser alvo de críticas. Isso porque muitas pessoas acreditam que a aproximação da artista com pautas e artistas ligados aos movimentos negro e LGBTQIA+ seja oportunista. Em entrevista ao Splash, a cantora disse que compreende que o público destina a ela todo todo rancor causado por um histórico de falas preconceituosas ditas por outros evangélicos. Por isso, ela não procura não procura não rebater.“Falam que eu tenho que rebater quem me bota ali dentro daquele estereótipo evangélico, mas sabe por que eu não rebato? Se você perguntar por que as pessoas têm ranço ou resistência com o crente, você vai ver que em algum momento o fanatismo religioso feriu essas pessoas. Como é que vou rebater isso?”, disse a artista no papo com o site.Ela entende que as pessoas precisam de tempo para assimilar e cicatrizar as feridas causadas pelo preconceito. Priscilla afirmou que quer transmitir o verdadeira palavra de Deus. “Eu quero ajudar nesse processo de cura e, sempre que possível, pedir perdão em meu nome e em nome de qualquer outro evangélico que feriu pessoas pela orientação sexual ou que usou do nome de Deus para ferir alguém. Esse nunca foi o propósito de Deus na terra, sabe? O propósito de Deus para o evangélico é que ele propague a boa notícia”, destacou.Em seguida, a apresentadora enfatizou que ninguém vai ser julgado por Deus por ser quem é. Ela disse que sempre vai reforçar isso e também tentar se libertar de rótulos.“A boa notícia não é que você vai para o inferno por ser quem você é. A boa notícia é que você é amado, aceito e desejado por Deus. Então, eu vou reafirmar sempre isso e ter a paciência para um dia eu ser livre também desse estereótipo, porque eu me libertei muito, graças a Deus, de muitos pensamentos e comportamentos do lugar onde cresci porque me abri para ter uma evolução da minha consciência de fé e entender que a minha fé precisa ser palpável e um ato de serviço pro meu próximo”, afirmou.Ela continua: “Tudo aquilo que em nome de Deus te destrói, não é de Deus. Então também não tem que ser. Não tem que vir de mim. Não tem que fluir de mim. Talvez carregue certo estereótipo, mas eu vou lutar para poder reafirmar aquela frase, ‘Jesus não é o fã clube dele’, sabe?”, pontuou.Ela pondera, no entanto, que para os artistas homens que falam abertamente de religião o peso não é o mesmo. “Para mim, é óbvio: eu sou mulher. Você não vê homem sendo cobrado por A, B ou C igual uma mulher é pela mesma situação, entendeu? Infelizmente, é a sociedade que a gente vive. São coisas estruturais e que a gente vai ter que lutar muito para poder desconstruir. O primeiro passo é ser resistente. Eu preciso, pelo menos, ter certeza de que eu vou me sustentar no meio disso aí… É uma situação parecida, né? Tem coisas que eu ainda não entendo. Eu só sei que eu vou continuar. Eu só posso continuar”, enfatizou.Fonte: Em Off