O primeiro turno das eleições gerais ocorre neste domingo (2/10), e as divergências políticas entre os eleitores no dia do pleito, bem como a tensão na espera do resultado, podem levar o corpo a uma situação de estresse intenso, aumentando o risco de infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Um estudo feito por pesquisadores da Kaiser Permanente, um serviço de gestão de saúde da Califórnia, e das universidades Columbia e Harvard, as três nos Estados Unidos, mostrou que as eleições presidenciais estão associadas ao aumento das internações por doenças cardiovasculares.
Nos cinco dias após o pleito de 2020, que elegeu o presidente Joe Biden, houve aumento de 17% na taxa de hospitalização, em comparação com o período pré-eleitoral. A pesquisa foi publicada em abril deste ano, no Journal of the American Medical Association (Jama).
O cardiologista Carlos Rassi, médico do Hospital Sirio-Libanês e professor de cardiologia da UnB, explica que, quando passamos por um momento de estresse de forte intensidade, há uma grande liberação dos hormônios do estresse, as catacolaminas – adrenalina e noradrenalina –, na circulação sanguínea.
Esses hormônios fazem com que ocorra um aumento dos batimentos cardíacos, elevando a pressão e vasoconstrição arterial, inclusive das artérias coronárias, responsáveis pelo fluxo sanguíneo ao coração.
“Embora isto tenha sua importância adaptativa, de preparar o organismo para enfrentar as situações de estresse, quando ocorre em excesso, pode aumentar o risco de infarto e AVC”, esclarece o cardiologista. Estima-se que até 15% dos infartos são causados pelo estresse.
O risco é maior para os pacientes que tiveram infarto ou AVC no passado, e intermediário para as pessoas com fatores associados, como hipertensão arterial sistêmica e diabetes, por exemplo. Para os indivíduos saudáveis, a probabilidade é muito menor, mas a ameaça existe.
Sintomas
As urgências cardiovasculares podem apresentar sintomas diferentes. Ainda assim, é possível perceber alguns sinais de alerta para a saúde do coração, incluindo:
Dor no coração;
Náusea e mal-estar;
Suor excessivo;
Alteração no estado da consciência;
Tontura;
Cansaço extremo (fadiga);
Palpitações, principalmente se acompanhadas de intenso cansaço;
Dor súbita extrema no tórax ou no abdômen.
O atendimento imediato e de forma adequada durante um caso de infarto do miocárdio, AVC, crises hipertensivas, arritmias cardíacas, doenças isquêmicas do coração e paradas cardiorrespiratórias fará toda a diferença no desfecho desse paciente, de acordo com o cardiologista Antônio Carlos Babo Rodrigues, que atende na emergência do Hospital Municipal Evandro Freire (CER Ilha), no Rio de Janeiro.
“Nesses casos, um minuto pode salvar a vida de alguém. Por isso também orientamos que pessoas com problemas cardíacos pré-diagnosticados e seus familiares ou cuidadores mantenham o contato de emergência de rápido acesso para evitar qualquer demora no atendimento”, indica Rodrigues.
Evite situações de estresse
Para se proteger dessas situações, é importante seguir um estilo de vida saudável, com controle dos fatores de risco e tratamento das patologias conhecidas por aumentar o risco. “A prática de atividade física, meditação e alimentação saudável ajuda muito a prevenir os eventos cardiovasculares”, afirma Rossi.
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Fonte: Metrópoles