Após virar alvo em uma ação judicial, sob a acusação de plágio, Pabllo Vittar apresentou a sua contestação no caso. O autor do processo, como esta coluna contou com exclusividade, é o cantor e compositor, Herlomm Diosly dos Reis Silva. Ele cita que a cantora teria plagiado sua música ‘Amar, Sofrer, Chorar’ com a faixa ‘Ama, Sofre, Chora’. Em sua defesa, Pabllo afirma que as músicas não possuem qualquer relação uma com a outra, com exceção da utilização dos verbos “amar, sofrer e chorar” em seus títulos.A defesa de Pabllo Vittar alega que apenas isso, não seria suficiente para sustentar uma acusação de plágio, uma vez que as obras seriam completamente distintas e não existiria absolutamente nada de parecido entre as duas. Diz ainda que direitos autorais não protegem um verbo ou um vocábulo de forma isolada, mas sim o conjunto de uma obra.Ainda no processo, Vittar alega também que se a tutela recaísse sobre uma palavra em específico, um vocábulo determinado, metade das músicas sertanejas deveriam ser consideradas plágio, pois costumam usar os mesmos versos. Além disso, não houve nenhuma notificação prévia sobre a situação ou tentativa extrajudicial de resolver a questão, ou seja, de forma amigável.Entenda o casoHerlomm Diosly alega que registrou a melodia de sua canção em 13 de junho de 2019, em uma plataforma chamada ‘musicasregistradas.com’. A música também teve um videoclipe, que foi publicado no canal do cantor, no Youtube. Em 08 de janeiro de 2021, Pabllo Vittar publicou um videoclipe da faixa ‘Ama, Sofre, Chora’, em seu canal no Youtube.O cantor e compositor diz que, quando ouviu a música, identificou trechos com o mesmo sentido da sua composição original, de autoria própria, não apenas no título e melodia, que são praticamente idênticos, mas também no sentido literário. Ambas as músicas versam sobre o amor não correspondido, onde uma pessoa ama a outra que a ignora.Ele afirma, ainda, que ao ouvir a canção, fica ainda mais nítida a semelhança entre ambas. As semelhanças também estariam nas letras das músicas. Em uma breve pesquisa no Google e no Youtube, as duas músicas aparecem de maneira sequencial, comprovando, assim, a sua semelhança.Pabllo Vittar, a gravadora Sony Music e os demais envolvidos na música, ao utilizarem a letra e a melodia da canção de Herlomm Diosly, sem a sua autorização, mesmo que a mesma não seja idêntica, infringiram o direito do autor da obra. Isso porque não houve autorização prévia e expressa para utilização da composição.O cantor e compositor pediu uma indenização a título de danos materiais, no sentido de receber todos os valores referentes aos lucros obtidos com a música de Pabllo, pelo prazo em que estiver vivo e mais sessenta anos depois de sua morte. Foi feito o pedido de que os réus apresentassem nos autos os comprovantes de tudo aquilo que lucraram com a canção, que seria um plágio.Ele alega ainda que tal conduta de Pabllo e sua equipe teria gerado um incontestável dano moral. Foi feito um pedido liminar ao ECAD e a ABRAMIUS para que remetam relatório sobre os ganhos da música da cantora, bem como que seja feito o depósito em juízo de todos os royalties. Outro pedido é que os danos morais sejam fixados em dez vezes o valor dos danos materiais. O valor da causa é de R$ 1 milhão.Posicionamento de Herlomm DioslyApós a publicação deste matéria, Herlomm Diosly procurou esta coluna para apresentar sua resposta para além dos autos do processo. Em um comunicado, ele disse:“Vários verbos são usados em várias músicas, a questão não é somente o uso dos verbos e sim a cópia da ideia central que é o refrão da música ‘Amar, Sofrer, Chorar’. Utilizaram do mesmo refrão só que de forma compacta e usando a palavra ‘piranha’ para disfarçar e mascarar a intenção de copiar a obra original do compositor Herlomm. Podemos observar e identificar que o refrão é o mesmo. Apenas usou uma forma de plágio mosaico. Esse é um tipo de plágio com cópias de trechos, formando um conteúdo, normalmente realizado com textos. E, além das cópias, o responsáveis pelo plágio realizaram pequenas modificações para que os parágrafos não sejam tão parecidos com o original, sem fornecer os crédito ao verdadeiro autor. Essa prática nos levou a buscar os direitos do compositor claramente exposta na música ‘Ama, Sofre, Chora’. Podemos observar também que os dois refrões terminam da mesma maneira com os dois cantores dizendo a frase ‘agora é só chorar, agora é só chorar’. Claramente exposta, mais uma vez, a intenção de copiar a verdadeira obra. O contexto de ambas as músicas é o mesmo”.Sobre a defesa da Sony Music, o compositor também escreveu: “A Sony diz que nada tem a ver com o processo (mas acabou se defendendo no processo e tentando desqualificar o compositor Herlomm). Qual é a função de uma gravadora? As gravadoras são empresas que têm a finalidade de cuidar dos artistas! Elas auxiliam seus usuários da escolha do repertório ao pagamento dos custos de investimento em CDs, DVDs, clipes, distribuição digital e investimentos para projeção de crescimento de carreira de um artista. Diante disso, qualquer tentativa de se desligar do processo e não assumir os fatos é mera hipocrisia”.Fonte: Em off