Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos Estados Unidos, indicou que alisar o cabelo pode aumentar o risco para câncer de útero em mulheres. O artigo foi publicado nessa segunda-feira (17/10), na revista médica Journal of the National Cancer Institute.O trabalho acompanhou a saúde de 33.497 mulheres, que se voluntariaram para fazer parte de um estudo sobre possíveis fatores de risco para cânceres femininos.As participantes tinham entre 35 e 74 anos quando foram recrutadas, e tiveram a saúde monitorada durante 11 anos por meio da aplicação de questionários e a observação de laudos médicos.Entre elas, cerca de 1.500 utilizavam produtos de alisamento capilar quatro vezes ou mais por ano. Desse grupo, 26 desenvolveram câncer de útero durante o período. Cerca de 30 mil voluntárias nunca haviam utilizado química no cabelo e, neste grupo, 332 foram diagnosticadas com tumor de útero.Os cientistas ajustaram os fatores de risco já conhecidos para o câncer, como idade avançada, consumo de álcool, tabagismo e sedentarismo. Com as correções, a equipe observou que o uso de produtos de alisamento aumentou o risco de desenvolvimento do câncer de útero em 155%.Hipótese
A hipótese é que as substâncias que compõem os produtos de alisamento, como hidróxido de sódio, tioglicolato de amônio e formaldeído, entram na corrente sanguínea através do couro cabeludo e, em alguns casos, desencadeiam a neoplasia.Cerca de 60% das mulheres que afirmaram usar produtos para alisar o cabelo se declaravam negras, o que sugere maior vulnerabilidade em relação à doença para esse grupo.“O fato de a taxa ser o dobro é preocupante. Apesar disso, devemos colocar essa informação no devido contexto, visto que o câncer de útero é relativamente raro”, afirmou Alexandra White, epidemiologista da NIH que coordenou a investigação.De acordo com a especialista, é preciso realizar n0vas pesquisas para confirmar os achados em diferentes populações e determinar se os produtos para cabelo contribuem mesmo para o surgimento de câncer uterino.Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.Já leu todas as notas e reportagens de Saúde hoje? Clique aqui.Fonte: Metrópoles