Famoso por diversos sucessos na teledramaturgia brasileira, o novelista Aguinaldo Silva usou as redes sociais para criticar uma das séries lançadas recentemente pela Netflix. Intitulado ‘Você sairia com esse cara?’, o texto analisa todas as características do personagem principal de ‘Dahmer – Um Canibal Americano’ e afirma que “está tudo errado” na trama.“Vem cá e me diz: você que é gay, frequenta bares de pegação e, portanto, já rodou muito frango, ou seja, tem experiência suficiente no metiê… Você aceitaria o convite de um cara sinistro como esse da foto pra ‘ir tomar um drinque lá em casa’? E ainda mais, chegando na referida casa e sentindo um absurdo cheiro de carne podre que exala de todos os cômodos, você diria apenas ‘que cheiro horrível é esse, meu!’ e depois tiraria a roupa e ensaiaria uma dança sensual, ou inventaria uma desculpa do gênero ‘tenho que dar o remédio do Alzheimer da minha mãe’ e sairia correndo?”, começou o autor.Em sua avaliação, Aguinaldo Silva revela que só conseguiu assistir aos primeiros minutos da trama: “Pois é, eu vi apenas vinte minutos do seriado ‘Dahmer’, da Netflix, pra tirar minhas próprias conclusões… E elas são de que nele está tudo errado. A começar pela composição que o ator escolheu para o personagem. Uma das características dos psicopatas é que eles inspiram confiança, são insinuantes e fofinhos. Quando conhece um deles você acha que se trata de um bom rapaz – ou moça – até o instante em que ele saca da serra elétrica e, antes mesmo que você consiga dizer ‘pra que é isso?’, te corta em vários pedaços. No caso de ‘Dahmer’, não: o ator, que ganhou vários prêmios pela sua composição totalmente errada, logo de saída não deixa a menor dúvida: trata-se de um maluco, e dos mais perigosos, de quem se pode esperar todo tipo de ato violento. Só alguém sem o menor traço de simancol aceitaria um convite dele para um programa noturno”, analisa o escritor.Na sequência, Aguinaldo Silva comenta o comportamento dos vizinhos do assassino, que não percebem nada de anormal: “E aquela vizinha do andar debaixo, meu Deus, quantos séculos ela levou a ouvir aquela serra elétrica a funcionar noite a dentro no andar de cima e a sentir o cheiro de carne podre que vinha pela conduta do ar condicionado até tomar uma providência?”, questiona.No fim da postagem, o novelista afirma que desistiu da série e foi rever outra: “Não esperei pra ver: antes que o psicopata americano esquartejasse sua primeira vítima – um pobre gay desarvorado e sem nenhum vestígio de senso de sobrevivência – tratei de mudar de canal e fui rever ‘Emilly in Paris’, série na qual Lilly Collins nos presenteia com a ilusão de que a vida é boa e é bela. Volto a insistir nesse ponto: o ator ganhou vários prêmios pela sua composição do psicopata americano o que me faz concluir que as pessoas encarregadas de julgar – e conceder – esses prêmios andam acordando de ovo virado”, criticou.Netflix remove selo ‘LGBTQ’ da sérieParece que o documentário de ‘Dahmer: Um canibal Americano’, continua rendendo muitos comentários na internet e também diversas polêmicas, desde indignação dos parentes das vítimas com a produção, até o serial killer virar símbolo sexual. A grande polêmica da vez, fica por conta da tag que o streaming da Netflix estava usando na produção e que deixou os assinantes e pessoas que estavam assistindo a série, indignados.A tag “LGBTQ” foi uma das várias categorias que estavam sendo utilizadas inicialmente para categorizar a série sobre o serial killer, juntamente com tags como “dark”, “horror” e “vintage crime”. Logo de cara os telespectadores perceberam este uso e começaram a codificar a utilização da mesma pela plataforma.Após protestos e repercussão negativa, Netflix remove selo ‘LGBTQ’ da série ‘Dahmer’
Aguinaldo Silva após deixar Globo aparece de surpresa na Record
Aguinaldo Silva expõe mágoa contra diretor da Globo
Público reage à crueldade de assassino após lançamento de chocante série da Netflix
Família de vítima de serial killer se revolta contra Netflix após lançamento de ‘Dahmer’
Esta marcação é normalmente utilizada em produções como ‘Heartstopper’ e ‘Sex Education’, no qual ambos tem personagens LGBTQ e assuntos similares. A série criminal, ‘Dahmer’ tecnicamente, nos mostra um personagem LGBTQ, já que o serial killer era um homem gay. Porém, como uma pessoa declarou na rede social, TikTok: “Esta não é a representação que estamos procurando”. A revolta foi geral nas redes sociais, e uma pessoa fez sua reclamação no Twitter: “Netflix, eu imploro que você reconsidere ter ‘Dahmer’ com a tag LGBTQ, especialmente como uma de suas tags logo quando você abre o aplicativo”.De acordo com uma fonte da revista ‘Variety’, a tag LGBTQ foi utilizada por pelo menos dois dias, e depois ela foi removida oficialmente no dia 23 de setembro. Vale dizer que todas as séries e filmes na Netflix são classificados em categorias para ajudar no impulsionamento do algoritmo de pesquisa da plataforma. ‘Dahmer’ se tornou uma das séries mais populares da Netflix desde sua estreia. O streaming revela que os assinantes em todo o mundo gastaram mais de 196 milhões de horas assistindo ao programa durante sua semana de estreia.Elogios pela interpretaçãoA série ‘Dahmer – Um Canibal Americano’, lançada no mês passado pela Netflix, ganhou uma grande repercussão nas redes sociais gerou diversos comentários positivos e negativos. Um dos motivos dos diversos comentários, vêm sendo pelo show de atuação de Evan Peters que dá vida ao serial killer e vem impressionando a todos. A produção ficou em primeiro lugar no top 10 das séries mais assistidas do streaming da Netflix Brasil e, durante uma entrevista concedida para a própria plataforma, o ator falou que foi um verdadeiro desafio fazer este papel.“Eu estava muito assustado com todas as coisas que ‘Dahmer’ fez. E mergulhar nisso e tentar me comprometer [interpretar esse personagem] seria absolutamente uma das coisas mais difíceis que eu já tive que fazer na minha vida porque eu queria que fosse muito autêntico”, contou ele.Porém ele contou, que para atingir um nível mais alto de autenticidade, o ator teria maiores problemas. “Mas, para fazer isso, eu teria que ir a lugares realmente escuros e ficar lá por um longo período de tempo”. O ator também falou sobre a importância da equipe durante as gravações.“Devo dizer que a equipe foi fundamental para me manter no corrimão. Não posso agradecê-los o suficiente e não poderia ter feito nada desse papel sem eles… Foi um desafio tentar ter essa pessoa que era aparentemente tão normal, mas por baixo de tudo isso, tinha todo esse mundo que estava mantendo em segredo de todos.”Para Evan Peters, foi chocante, é impressionante que tudo aquilo realmente aconteceu e ainda comentou sobre o grande respeito que deve se ter com as vítimas do serial killer. “Foi importante respeitar as vítimas e as famílias das vítimas para tentar contar a história da forma mais autêntica possível”, disse ele. Vale lembrar que um familiar de uma das vítimas, relatou que não foi comunicada sobre a produção, e que o trauma da família foi reaberto após a existência da série.Com 10 episódios, a produção irá analisar os terríveis e absurdos crimes cometidos pelo serial killer e os problemas sistêmicos que permitiram que um dos maiores assassinos em série dos Estados Unidos continuasse agindo com absurda impunidade ao longo de mais de uma década, fazendo todo um país ficar extremos chocados pelos métodos cruéis e brutais que utilizava contra suas vítimas.Fonte: Em off