Os casos de Covid-19 voltaram a subir no Brasil, com a proliferação da subvariante BQ.1, da Ômicron. Entre os dias 30 de outubro e 5 de novembro, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) registrou 26.304 novos diagnósticos. Nesta semana, há 87.558 infecções confirmadas, o que equivale a um aumento de 70%.Segundo a Fiocruz, 12 estados notificaram aumento de casos: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.O crescimento ocorre, de acordo com o Boletim InfoGripe, em curto e longo prazo (três e seis semanas), principalmente na faixa etária adulta.A taxa de positividade dos testes para detecção da doença também aumentou de 5% para 32% em um mês, de acordo com relatório publicado pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) na sexta-feira (18/11).“De 29/10 a 12/11, a positividade dos testes para Covid-19 aumentou em todas as faixas etárias, especialmente acima de 20 anos, com percentuais entre 36% e 46%. A faixa etária de 50 a 59 anos continua com maiores percentuais em novembro”, explica o documento.Veja o avanço dos casos ao longo do ano:BQ.1
Ainda não existem evidências de que a infecção pela BQ.1 cause quadros mais graves ou provoque um grupo de sintomas distinto. “Sabemos que a BQ.1 tem maior transmissibilidade e um escape parcial da resposta imunológica”, explica a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, coordenadora da Rede Análise Covid-19, que divulga dados sobre a pandemia.Pessoas não vacinadas compõem o grupo mais vulnerável. “Além desse risco para a doença e suas versões mais graves, há riscos de sequelas pós-Covid-19, que podem perdurar por tempo indeterminado e ter graus de intensidade variável”, afirma.Neste novo momento, em que a flexibilização já está frequente, a especialista aponta os cuidados essenciais: “realizar a testagem diante do menor sinal de sintomas gripais; estar com o esquema vacinal completo; e reforçar o uso de máscara em ambientes fechados e/ou pouco ventilados”.“Cada reforço estimula as defesas do corpo, que se adaptam e se tornam mais abrangentes a diferentes variantes”, relembra Mellanie. Dessa forma, é preciso pensar na aplicação das chamadas vacinas bivalentes, preparadas para combater a cepa original e a Ômicron, e já utilizadas nos Estados Unidos, Canadá e na Europa como dose de reforço.No Brasil, a Pfizer pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o uso emergencial de duas fórmulas adaptadas, mas a análise ainda tramita.“No caso da vacina que usa como molde a [subvariante] BA.5, uma vez que a BQ.1 e BQ.1.1 são ‘descendentes’ dela, é muito provável que essa vacina atualizada gere uma boa proteção contra essas variantes atualmente circulantes – e até mesmo contra próximas variantes que venham a surgir ou se diversificar da Ômicron”, explica a biomédica.Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.Fonte: Metrópoles