Uma idosa de 97 anos foi condenada, nesta terça-feira (20/12), por ser cúmplice no assassinato de 10.505 pessoas durante o Holocausto, na Segunda Guerra Mundial. O julgamento ocorreu em Itzehoe, no norte da Alemanha.
Irmgard Furchner trabalhou como secretária do comandante alemão Paul Werner, responsável pelos campos de concentração em Stutthof, na Polônia, entre 1943 e 1945. À época, a mulher tinha entre 18 e 19 anos. Por isso, foi julgada de acordo com a lei juvenil do país.
Irmgard foi sentenciada a uma pena suspensa de 2 anos, o que, na prática, significa que ela não será presa, desde que não volte a cometer os mesmos crimes.
De acordo com a acusação da promotoria, os trabalhos da condenada permitiram “o bom funcionamento do campo” e deram a ela o “conhecimento de todos os acontecimentos”.
Cerca de 65 mil pessoas, entre prisioneiros de guerra e judeus, morreram de fome, doenças generalizadas ou na câmara de gás, em Stutthof.
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O caso de Irmgard tinha previsão de julgamento para setembro de 2021, mas o prazo acabou adiado depois que a mulher fugiu da casa de repouso onde morava. Horas depois, ela acabou detida em Hamburgo e ficou presa por cinco dias.
Sobreviventes do campo de Stutthof comparaceram ao tribunal para relembrar os acontecimentos dolorosos ligados ao período do Holocausto. Durante a sessão, a promotora Maxi Wantzen agradeceu a coragem de todos os presentes por enfrentarem as lembranças e colaborarem no julgamento.
Com palavras breves, Irmgard encerrou a audiência com um pedido de desculpas. “Eu me arrependo de estar em Stutthof naquela época. É tudo que posso dizer”, disse a mulher, sentada em uma cadeira de rodas.
Irmgard é a quinta condenada por crimes ligados ao Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial desde 2011, quando o guarda John Demjanjuk foi setenciado a 5 anos de reclusão e abriu precedente legal para série de investigações tomarem força na Alemanha.
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Fonte: Metrópoles