Um militar da Marinha, atualmente lotado no GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), aparece em áudios de vídeos em aplicativos de mensagens incentivando os atos antidemocráticos e dizendo que eleitores do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT) devem ser mortos. Ele ainda fala que “a guerra civil vai rolar”Ronaldo Ribeiro Travassos, que atua no gabinete chefiado pelo general Augusto Heleno, um dos aliados mais fiéis de Jair Bolsonaro (PL), reforça ainda nas publicações que Lula não tomará posse em 1º de janeiro. O militar, ainda, teria participado de uma manifestação no QG do Exército, em Brasília, pedindo golpe de estado e intervenção militar.As informações foram publicadas pela Folha de São Paulo. Nos áudios e vídeos que o jornal teve acesso, o militar diz que haverá uma “guerra civil” no país. Em um vídeo gravado no dia 24 de novembro, Travassos critica colegas do gabinete e da própria Presidência que não estão na manifestação antidemocrática. “você que tá bonitinho em casa, quando seu filho virar boiola ou uma sapatão esquerdista, não reclame”, diz.No mesmo vídeo, ele garante que Lula não tomará posse em janeiro e cita Joaquim Brandão, que é assessor especial de Heleno. “Eu tenho certeza que o ladrão não sobe a rampa. O general Brandão me perguntou lá no gabinete: Marujo, o que você acha? Acho não, tenho certeza, o ladrão não vai subir a rampa. Por que você diz isso? Porque eu confio no povo que tá lá no QG, em todos quartéis Brasil afora, confio nos caminhoneiros e nos índios. Se as Forças Armadas não fizerem nada, nós vamos fazer”, ameaça.Além de fazer ameaças, o militar da Marinha ainda diz que eleitores de Lula devem ser mortos e que uma “guerra civil” vai tomar conta do País. “É isso mesmo, tem um monte de colega omisso. Tem gente aqui nesse grupo, tem grupo de fora, meu prédio tem 17 moradores, dos 17, seis fazem o L. Nós precisamos saber quem é quem, porque a guerra civil vai rolar”, afirma Travassos.“Não tô falando isso de brincadeirinha, não, é sério. Quem faz o L é terrorista. Tem que morrer mesmo, ou mudar ou morrer, porque não tem jeito uma pessoa dessa”, diz ele. Por ser militar da ativa, Travassos não poderia participar de manifestações político-partidárias. A Constituição proíbe a filiação de militares da ativa a partidos políticos.A Folha procurou por Ronaldo Ribeiro Travassos e ele disse que não comentaria suas falas. O militar argumentou não saber se era ele mesmo nos áudios. A Folha então encaminhou as conversas ao militar, que não mais respondeu. O GSI, por sua vez, disse que não é sua competência “autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifestação” e que “as supostas declarações demandadas são de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente”.Fonte: Em off