O Fiat Mobi é um hatch compacto bem simples, com motor acanhado e acabamento para lá de espartano. Das duas versões à venda, a Trekking é mais bonitinha, mais completinha – embora alguns itens e equipamentos pareçam vintage, tipo as alavanquinhas de plástico internas usadas para abrir o porta-malas e o tanque de combustível (ficam no assoalho do lado esquerdo do banco do motorista). Claro, facilitam a vida no dia a dia, mas são estranhas, são.Bem, a versão Trekking, testada pela Entre-eixos, tem preço-base de R$ 70.490. Mesmo assim, é o quinto carro mais vendido do Brasil: até novembro, já registrava 65,5 mil emplacamentos. Claro que há o fenômeno locadoras, principais clientes de modelos mais populares – que compram com desconto e os revendem pelo preço de mercado.O público-alvo do Mobi é aquele consumidor que não tem muito dinheiro e tenta se livrar do péssimo serviço público de transportes, como é o do Distrito Federal, por exemplo. É também uma opção daquele que se queixa também da queda de qualidade de atendimento dos motoristas de aplicativos. O próprio nome de batismo foi baseado na expressão mobilidade.A versão testada é cheia de adesivos, rodas de liga-leve escurecidas e muitas outras conveniências para a vida urbana. Por exemplo: a direção é hidráulica, bem dura nas manobras de estacionamento, mas o ar-condicionado funciona muito bem (até pelo tamanho do interior) e os vidros dianteiros são elétricos – e com travas idem. E o sistema multimídia de 7’’ vem até parelhamento do celular via Android e Apple Car.Pegando como exemplo a unidade testada, o preço sobe um pouco: caso o cliente opte pela cinza strato, terá que gastar mais R$ 1,2 mil. O Pack Top, por R$ 3,8 mil, vale o quanto pesa – por comodidade, segurança etc. Ele inclui faróis de neblina, volante com regulagem de altura e cintos dianteiros com regulagem de altura.O Trekking avaliado também tinha outros mimos, digamos assim: controle do sistema de som por meio de botões no volante (que é multifuncional), retrovisores externos elétricos que rebaixam na hora da marcha-ré, alarme antifurto (e som de trava e aberturas muito alto).Ainda sobre as questões relativas à segurança, vale destacar a oferta do controles de estabilidade e de tração e o assistente de partida em rampa.Abrir o minúsculo porta-malas de 215 litros, só com a chave em mãos. No fim, baseando-se na aba Monte o seu, no site da Fiat, ele chega aos R$ 75.490.E ainda tem a lista de acessórios oferecida pela Mopar, empresa da própria Stellantis, que é para lá de caprichada: tem de acendedor de cigarro com a velha resistência por R$ 110.65 a um bagageiro tubular por R$ 3.719,30 – que suporta, por sinal, só até 50kg de carga.Mesmo tendo só cara de aventureira, a versão já ‘se saiu bem’ naqueles buracos que começam a surgir com as chuvas nessa época do ano – em que se nota logo a qualidade do ‘asfalto-sonrizal’ usado por empreiteiras brasileiras sob anuência do gestor público.O modelo de apenas 3,57m de comprimento tem uma altura de solo de 19cm (54mm a mais em relação à de entrada) e uma suspensão bem ajustada – e isso ajuda. É, enfim, um carrinho bem ‘acolhido’ nas ruas: fácil de manobrar, de se estacionar, de se locomover em ruas estreitas.Motor e economia
Outra razão usada como base de argumentos para as vendas do Mobi é o baixo consumo de combustível, fruto de um motor mirradinho, mas eficiente, e para pouco peso total (969 kg).O conjunto leva um 1.0 de quatro cilindros de 75 cv e apenas 9,9 kgfm, com câmbio manual de cinco marchas. Por sinal, é o quatro cilindros mais antigo da Fiat – e que, por questões ambientais, teve que ser calibrado no começo do ano.Desta forma, o hatch perdeu em potência (pouquíssima, na verdade) e leva uma eternidade para uma ultrapassagem (faça seus cálculos de tempo e distância com muito cuidado) e só chega aos 150km/h. Mas, ganhou em consumo – até 7,9%.Se você tiver um pé leve, e como o tanque tem capacidade para 47 litros, talvez sejas capaz de rodar até 700 km com apenas um abastecimento.Aliás, é sempre bom reforçar: o comportamento do motorista influi, e muito, nas medidas de consumo. Por isso, fiquemos com os dados oficiais: 9,6 km/l (cidade) e 10,4 km/l (estrada) com etanol e de 13,5 km/l e 15 km/l, respectivamente, com gasolina.De qualquer forma, como só se dá conselhos a quem não os pede, como diz a comunidade judaica, fica a dica: somando todas as ‘queixas’ feitas no texto e comparando-as com os elogios e reconhecimentos, pode comprar essa versão sem medo.Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.Fonte: Metrópoles