Não é segredo para absolutamente ninguém que Steven Spielberg é um gênio e domina a arte do cinema como poucos diretores. Dono de produções grandiosas e veneradas como ET, Tubarão – do qual ele afirma se arrepender de ter feito – e Lista de Schindler, o veterano certamente ultrapassou seus poderes como cineasta com o longa-metragem Os Fabelmans. Não pelo conteúdo, enredo, personagens e tudo isso o mais. Mas sim pelo feito de transformar em história o poder da arte.Os Fabelmans, por si só, é um filme típico: uma família grande, problemática, cheia de segredos e judia – considerando que a produção se passa em 1920, época de grande intolerância religiosa nos Estados Unidos. A graça do filme é entender, nas entrelinhas, a apresentação de Spielberg para a importância do cinema.Em resumo, Os Fabelmans (definido pelo próprio Spielberg com uma mensagem intimista como sua “mais pessoal produção”), narra a história de Sammy Fabelman (Gabriel LaBelle) que descobre um segredo familiar devastador e revela o poder dos filmes para nos ajudar a ver a verdade sobre os outros e sobre nós mesmos. O elenco ainda conta com Michelle Williams, Paul Dano, David Lynch e mais.Como dito, o foco da produção não é no elenco ou no enredo: mas sim na arte. Em um período onde, principalmente no Brasil, o cinema sofre com falta de investimentos e interesse por parte de órgãos públicos, Os Fablemans prova mais uma vez que uma simples câmera de gravação deixa guardado pela eternidade os bons momentos e as péssimas lembranças de uma família (ou de uma nação).Os Fabelmans e a vida de Spielberg
É importante pontuar que Os Fabelmans é um retrato quase 100% real da vida de Steven. A família grande e intensa do diretor; o macaco de estimação (sim, é isso mesmo!); sua religião e o fato de ter sido um dos únicos judeus na escola; o encontro com o também diretor John Ford; e sua tentativa de desistir da carreira no cinema são realidades da vida de Spielberg que se passam na produção.O encontro com Ford, por exemplo, foi retratado da forma exata que aconteceu: no Festival Internacional de Cinema de Toronto, o diretor disse que o encontro se deu exatamente como no filme, “palavra por palavra, nada mais, nada menos”.Os Fabelmans merece todos os prêmios (maiores e mais grandiosos do que os dois que conquistou no Globo de Ouro 2023, sendo de melhor filme de drama e melhor diretor). Mas, quem deve mesmo ser dono de todos os destaques é Steven Spielberg, que apresentou em poucos mais de duas horas de filme a relevância, o poder e a evolução da arte.Nota: ÓtimoQuer ficar por dentro do mundo dos famosos e receber as notícias direto no seu Telegram? Entre no canal do Metrópoles e siga a editoria no Instagram.Fonte: Metrópoles