O designer brasileiro Gil Marcel Cordeiro foi pego de surpresa quando se deparou com semelhanças entre uma obra de sua autoria produzida em homenagem à franquia Pânico — da qual é fã — e o novo pôster divulgado pela Paramount Pictures, distribuidora oficial do sexto filme da saga. Após fazer um longo desabafo no Instagram sobre o assunto, o artista recebeu ataques de fãs do Ghostface e entregou o caso para sua advogada.Marcel afirma que, logo após a divulgação do novo pôster de Pânico 6, recebeu mensagens nas redes sociais indicando semelhanças entre sua obra, publicada em 3 de dezembro de 2022. O desenho da Paramount, por sua vez, foi liberado em 1º de janeiro deste ano.Ambos os desenhos imitam um mapa do metrô, fazendo alusão ao fato de que o novo filme se passará em Nova York (EUA). As linhas formam o contorno da máscara de Ghostface, enquanto as paradas são nomeadas em referência a momentos marcantes da franquia.“Ao contrário do que alguns sites publicaram ao longo da semana, não acusei o estúdio de plágio, simplesmente porque desconheço o calendário de marketing da campanha do filme. Não tenho a informação de quando a peça deles foi produzida, nem por quem (se por uma divisão de marketing da própria Paramount, ou um estúdio de criação terceirizado, por exemplo)”, apontou Gil Marcel ao Metrópoles.“Sei que esse tipo de trabalho, geralmente, é executado com certa antecedência, mas não deixei de afirmar que as semelhanças dos dois cartazes eram grandes a ponto de afastar a possibilidade de se tratar de uma simples coincidência. Pode ter sido? Pode. Mesmo assim, foi impossível não ter esse estranhamento quando vi”, completou o designer.Produção da arte de Pânico 6
De acordo com Marcel, ele é um grande fã da franquia Pânico e andava acompanhando as notícias sobre o sexto filme da saga. A produção estreia nos cinemas em 9 de março, com Melissa Barrera, Jasmin Savoy Brown, Mason Gooding, Jenna Ortega, Hayden Panettiere e Courteney Cox no elenco.“A minha ideia de utilizar um mapa de metrô veio da tentativa de trazer uma associação visual reconhecível com o background da história, entre tantos outros símbolos que a cidade possui. Como não queria utilizar nenhuma foto do elenco ou de Ghostface, optei por criar uma arte ilustrada do zero, totalmente vetorizada”, conta.“Assisti novamente aos filmes, selecionei as frases e cenas, defini que nomes de personagens e vítimas iria mencionar, e desenhei as cinco linhas representando os trajetos, contornando e se espalhando pelo terreno. O processo foi ótimo, levou em torno de 30 horas, e foi um trabalho bem divertido”, explica Gil.De acordo com Gil, as principais semelhanças são:A utilização dos cinco filmes anteriores como linhas individuais de metrô;
Os textos representando as estações (no do designer, frases, descrições e menções às vítimas – no do estúdios, os nomes das vítimas);
Forma da máscara do Ghostface como aglutinador visual da composição.
Contato com a Paramount
Até a publicação desta matéria, a Paramount ainda não havia entrado em contato com Gil Marcel ou com o Metrópoles. A reportagem tentou diversos contatos com a produtora, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para atualização.“A Paramount não fez nenhum tipo de contato, e, honestamente, me surpreenderia se o fizesse. Até o momento, já recebi milhares de mensagens (no feed e por direct), de apoio, críticas e, ainda bem, num número muito menor, manifestações de ódio”, diz ele.“O intuito da minha publicação, em momento algum, foi de ‘prejudicar a campanha de Pânico 6’, como alguns membros da fanbase chegaram a afirmar. Do mesmo modo, tenho a consciência de que não detenho os direitos de uso da máscara original, de propriedade da empresa americana Fun World. Por isso mesmo, na minha arte, utilizei somente a silhueta vetorizada da forma (a máscara é inspirada, por sua vez, na obra O grito, de Edvard Munch, de 1893)”, segue.Caso alguém do estúdio ainda entre em contato, vou conversar com o maior prazer. Além disso, essa polêmica não diminuiu minha admiração pelos filmes, nem minha ansiedade pela estreia de Pânico 6. Por último, reforço que minha peça não foi criada com o intuito de ser comercializada – mas, depois de tudo isso, pretendo emoldurar uma cópia e pendurar na parede do escritório.Gil Marcel
Sobre a possibilidade de brigar na Justiça pelos direitos de sua obra, Gil é sucinto: “Ainda estou acompanhando a repercussão do caso e assimilando os fatos. De qualquer forma, a questão já foi repassada à minha advogada, Dra. Fernanda Basso Blum, que está analisando e avaliando se é o caso de entrarmos com alguma medida legal.”Quer ficar por dentro do mundo dos famosos e receber as notícias direto no seu Telegram? Entre no canal do Metrópoles e siga a editoria no Instagram.Fonte: Metrópoles