Dezenas de cartazes com uma foto de Dodô, vocalista do grupo Pixote, foram espalhados por São Paulo, com a frase “me paga, Dodô caloteiro”. O responsável por isso foi o produtor musical Gilson Lima, que trabalhou com o pagodeiro desde a década de 90. Nossa reportagem foi atrás da história e descobriu que as partes travam uma intensa batalha na Justiça, desde 2003, devido a falsas acusações de extorsão que resultaram na prisão injusta do produtor. Os detalhes dessa história você confere agora.Com o passar do tempo, diante das divergências na forma como enxergavam a carreira, Gilson optou por colocar fim à parceria. “Estava extrapolando, Dodô contraía muita dívida, ele queria ostentar uma coisa que não era”, relatou o produtor. Gilson, então, diz ter combinado de ficar com a bilheteria de dois shows do grupo e encerraria a parceria na sequência. No entanto, o valor não foi pago. Um novo empresário, então, assumiu o grupo.Segundo o processo ao qual nossa reportagem teve acesso, o imbróglio começou há 20 anos com dois shows do grupo Pixote. Diante de divergências de datas, ficou acordado o pagamento de R$ 5 mil para que as apresentações fossem realizadas a partir da alteração. As partes, então, foram ao banco para sacar o valor, mas lá, de acordo com a ação, Gilson foi surpreendido por uma ordem de prisão após Dodô e outras duas pessoas alegarem ao gerente extorsão.“O empresário, ao ficar sabendo da dívida, me chamou até o escritório, falou que ia me pagar e me liberaria em seguida. Ele me chamou para ir ao banco e lá falou para o gerente que estava sendo vítima de sequestro. O gerente, então, acionou o botão de pânico. O delegado me autuou em flagrante por extorsão mediante sequestro”, contou.O produtor foi preso e assim ficou por quatro meses. Conforme o processo se desenrolou, o juiz entendeu que não houve crime, que na verdade Gilson estava apenas negociando uma forma de não ser prejudicado pelo cancelamento dos shows.Gilson foi solto e a ação criminal foi extinta. Na sequência, ele entrou com um processo cível pedindo reparação. A Justiça acatou seu pedido e determinou o pagamento de R$ 30 mil a Gilson por cada uma das partes envolvidas na acusação que resultou na prisão, totalizando R$ 90 mil.As partes condenadas à indenização recorreram, mas a Justiça manteve o entendimento. A dívida, porém, não foi paga. Agora, Gilson cobra indenização e o valor das bilheterias das duas datas de shows acordadas junto ao fim de sua parceria com o Pixote e pede que as contas jurídicas do grupo Pixote sejam incluídas no processo, já que nas contas pessoais de Dodô nunca têm dinheiro, embora ele siga fazendo shows.“Desde 2010, quando ganhei o direito a indenização, ele se esquiva em pagar. Hoje, o valor da indenização está em torno de R$ 200 mil e mais 90 mil por cada show, chegando próximo dos R$ 400 mil. Por R$ 300 mil eu deixo isso pra lá”, disse o produtor.Pixote nega calote
Em nota enviada à imprensa, a assessoria do Pixote nega que o vocalista do grupo tenha dívida com o produtor Gilson Lima e afirma que tomará medidas judiciais contra as acusações.“Douglas Monteiro Fernandes, conhecido como Dodô, vocalista do grupo Pixote, teve conhecimento de falsos cartazes espalhados pelas redes sociais, com a grave acusação de que ele é “caloteiro”. Isso não corresponde à realidade dos fatos. O escritório que cuida de sua carreira pretende esclarecer tudo e afirma que o artista e sua equipe estão tomando as devidas medidas e providências extrajudiciais e judiciais cabíveis contra o responsável por essa acusação mentirosa”, diz a nota.Fique por dentro!
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