Um novo estudo realizado por cientistas suecos descobriu que pacientes com dores de cabeça em salvas são três vezes mais suscetíveis a apresentarem doenças cardíacas ou transtornos mentais. O estudo foi publicado na Revista Neurology, na última quarta (14/12).
As dores de cabeça em salvas são caracterizadas por uma intensa dor em apenas um dos lados da cabeça, nas têmporas ou em volta do olho. Geralmente, elas têm duração de 15 minutos a três horas e podem ocorrer várias vezes na semana. A condição costuma estar relacionada a uma dilatação ou inchaço nos vasos sanguíneos cerebrais.
“Em todo o mundo, as dores de cabeça têm um impacto incrivelmente negativo na qualidade de vida das pessoas, tanto econômica quanto socialmente”, disse a autora do estudo Caroline Ran, do Karolinska Institutet, de Estocolmo.
Metodologia
Para a realização do estudo, os pesquisadores recrutaram 3.240 pessoas na faixa etária entre 16 e 64 anos. Todas sofriam com dores de cabeça em salvas.
O grupo foi comparado com 16.200 pessoas semelhantes em idade, sexo e outras características médicas. A maioria dos indivíduos era formada por homens, que são mais propensos a dores de cabeça em salvas.
O resultado mostrou que 92% das pessoas com esse tipo de dor de cabeça tinham alguma doença adicional. Além disso, 52% apresentavam problemas envolvendo o sistema nervoso, enquanto 15% dos que não tinham esse tipo de dor de cabeça apresentavam problemas no sistema nervoso.
Condições de saúde envolvendo o sistema musculoesquelético também foram mais frequentes nos que tinham dores de cabeça em salvas. Algumas dessas condições estavam relacionadas a problemas de mobilidade ou de dores intensas.
Outros problemas de saúde
O grupo com cefaleia em salvas também apresentou maior probabilidade de diagnósticos relacionados a doenças oculares, respiratórias e gastrointestinais. Além disso, foi relatado que pacientes com o problema eram mais propensos à depressão e/ou pensamentos suicidas.
Apesar da causa exata ainda ser desconhecida, os cientistas já identificaram o tabagismo e o consumo de álcool como fatores de risco para a cefaleia em salvas.
Já leu todas as notas e reportagens de Saúde hoje? Clique aqui.
Fonte: Metrópoles