

Mesmo após decisão judicial para a realização da operação de emergência no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), devido à grande dificuldade para respirar, a criança de 2 anos, Maria Alice Ramos, ainda está na fila do SUS à espera de uma adenoamigdalectomia.A mãe e desempregada, Giselle Cristina, 27 anos, está desesperada, pois a filha piora a cada dia. Ela se alimenta e dorme com dificuldades, pois as adenoides estão 100% fechadas e as amígdalas, inchadas.“Como ela tem apnéia, não consegue dormir com qualidade. Além disso, ela está se alimentando apenas com comida pastosa, batida no liquidificador ou amassada, porque chegou ao ponto de não conseguir engolir mais. A última noite foi uma das piores porque ela acordava toda hora chorando, sem conseguir respirar. Ela usa remédios, mas de uns 4 dias para cá não têm sido suficientes”, lamenta Giselle.Segundo ela, em 21 de dezembro, a Justiça do Distrito Federal (TJDFT) concedeu uma liminar para a realização da cirurgia em 48 horas. No entanto, três semanas já se passaram e o procedimento ainda não foi feito. “É agonizante saber que eu ganhei o direito de ver a minha filha operada, e mesmo assim, tenho que esperar para vê-la saudável. Minha filha não tem vida, ela só vai ter depois da cirurgia. Só então vai conseguir dormir e o cérebro vai ter oxigenação correta”, afirma ela.A mãe conta que a filha deu entrada no posto de saúde, que encaminhou para o HRT, onde ela teve a primeira consulta e foi constatada a necessidade de uma cirurgia de amigdala. Um tempo depois a menina pegou uma virose e o problema se agravou.“O médico me deu um laudo dizendo que o estado dela era grave e que ela precisava de cirurgia para conseguir respirar. E mesmo com todas as provas, mostrando datas e exames, o hospital continuaram se recusando a realizar a cirurgia”, acrescenta Giselle.De acordo com a advogada, Jéssica Ribeiro, o hospital já foi multado, e mesmo assim, continua fazendo petições com declarações diversas, como a de que a criança foi atendida por uma equipe, mas não teve encaminhamento de cirurgia, e a de que ela não tinha sido colocado na fila para cirurgia.“E até hoje a situação vem se arrastando, o que vem gerando uma angústia grande na Giseli. Ela está bem desgastada, nem ela, nem a criança estão dormindo direito”, destaca a advogada, que se prontificou a trabalhar no caso de Maria Alice de forma voluntária.A mãe chegou a fazer uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro para o tratamento da filha. Como a cirurgia não ocorreu, o dinheiro guardado precisou ser usado para comprar as medicações que ela precisava, e agora, ela não tem condições de realizar o procedimento em um hospital privado.“Agora ela se vê em uma situação muito complicada, pois como todo mundo viu nas redes sociais que ela conseguiu a decisão judicial, ela não consegue mais pedir ajuda. E quanto mais tempo demora, mais a situação piora e ela tem que gastar mais do dinheiro arrecado na vaquinha virtual. Os remédios não estão mais fazendo efeito como antes”, acrescenta Jéssica.Outro lado
A Secretaria de Saúde informa que, no Sistema de Regulação, não há registro de solicitação de procedimento cirúrgico para a paciente. “A pasta esclarece que a criança está regulada em consulta para respirador bucal, com classificação amarela”, declarou em nota.Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no InstagramReceba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre o Distrito Federal por meio do WhatsApp do Metrópoles DF: (61) 9119-8884.Fonte: Metrópoles