A conferência de tecnologia em Las Vegas, que ocorreu na semana passada, teve o metaverso como o foco principal. O termo está muito na moda por envolver ambientes digitais tridimensionais, no qual os indivíduos podem interagir, socializar e participar de atividades de lazer com pessoas do mundo todo.Nesta conferência, várias instituições e empresários comercializaram dispositivos sensoriais que permitem aos usuários uma experiência de sentir odor característico de algum objeto dentro do ambiente virtual. Tudo acontece enquanto os usuários utilizam fones de ouvido imersivos de realidade virtual (VR).InovaçõesO dispositivo sensorial é um capacete feito pela OVR Technology, com sede no estado estadunidense de Vermont. O equipamento incluía um cartucho com oito odores básicos e podem ser misturados para criar diferentes aromas. Espera-se que seja anunciada a venda ainda este ano.Na conferência, foi revelado também um fone de ouvido VR premium projetado pela gigante de tecnologia taiwanesa HTC. A empresa quer competir com a líder de mercado, a Meta.Até mesmo os usuários que possuem uma versão de tecnologia anterior poderão ter a possibilidade de sentir o odor de qualquer aroma com óculos de realidade virtual. Por exemplo, um simples jardim de flores ou até um marshmallow assado em uma fogueira, numa viagem de acampamento.Fones de ouvido de realidade virtual prometem ganhar o mercado
A empresa diz que deseja ajudar os consumidores a relaxar e já comercializa o produto. O dispositivo vem com um aplicativo, como uma espécie de spa digital misturado com o Instagram.Realidade estendida
CEO e cofundador da empresa, Aaron Wisniewski afirmou: “A realidade estendida está se aproximando de uma era em que dominará negócios, entretenimento, educação, contato social e, às vezes, até bem-estar”. O executivo acrescentou: “A qualidade dessas experiências será determinada pelo quão profundamente fascinantes e imersivas elas forem. O odor lhes dá uma força incomparável”.Mas usos mais robustos e imersivos do perfume — e seu primo próximo, o gosto — estão bastante distantes no espectro de inovação. Especialistas dizem que até mesmo as tecnologias de RV consideradas mais acessíveis se encontram nos primeiros dias de seu desenvolvimento e são muito caras para os consumidores comprarem.Cidade metaversal
Ainda assim, grandes empresas como Microsoft e Meta continuam a investir bilhões. Muitas outras empresas e companhias se juntam à corrida para conquistar alguma participação de mercado em tecnologias de suporte, incluindo wearables capazes de replicar o toque.Investimentos
Outras organizações significativas, como Walmart e Nike, iniciaram inúmeros projetos relacionados à realidade virtual. No entanto, não está claro o quanto eles se beneficiarão da tecnologia durante o estágio inicial.Diretora de marketing da Flare — empresa programada para lançar um aplicativo de namoro em realidade virtual em fevereiro —, Aurora Townsend destacou que a equipe à frente da construção do app irá incorporar mais sensações, como toque, uma vez que a tecnologia se torne mais amplamente disponível no mercado consumidor. O software se chamará Planet Theta.“Ser capaz de sentir o chão quando você anda com seu parceiro ou segurando as mãos deles enquanto faz isso. São maneiras sutis de envolver as pessoas e mudarão quando a tecnologia háptica [relacionado ao tato] for totalmente imersiva em VR”, disse Townsend.O metaverso dispõe de experiências em ambientes tridimensionais
Os defensores dizem que a adoção generalizada da realidade virtual acabará por beneficiar diferentes partes da sociedade, desbloqueando a capacidade de estar com qualquer pessoa, em qualquer lugar e a qualquer momento. Embora seja muito cedo para saber o que essas tecnologias podem fazer quando amadurecerem totalmente, as empresas que procuram alcançar as experiências mais imersivas para os usuários estão recebendo-as de braços abertos.Até 2030, estima-se que o metaverso poderá gerar uma receita de até US$ 5 trilhões, de acordo com os especialistas. O valor corresponde R$ 25,74 trilhões.(*) Caroline Kalil é consultora de direito digital, investidora de criptomoedas, colecionadora de NFTs com certificação em KYC Blockchain Professional pela Blockchain Council, e blockchain development pela Consensys, além de autora do e-book O Metaverso Simplificado. Ela tem MBA em criptoativos e blockchainFonte: Metrópoles