A ansiedade é um sentimento comum até certo ponto. Estar apreensivo diante de uma situação nova, como uma prova ou uma entrevista de emprego, é considerado normal e esperado.
No entanto, conviver com insegurança e medos irracionais pode caracterizar transtorno de ansiedade.
“Quando o cérebro detecta o perigo, ele envia sinais de alarme ao corpo, que reage conforme o aviso. Quando esses sentimentos de preocupação persistem quando tudo está sob controle, o que é natural se torna patológico”, explica a médica Tamires Cruz, especialista no tratamento da ansiedade e depressão.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 18,6 milhões de brasileiros tenham transtorno de ansiedade. Obter o diagnóstico, caso esse seja o caso, é importante para buscar o tratamento correto.
“O diagnóstico permite que a pessoa tenha uma melhor compreensão do que está enfrentando e, com o tratamento, ela desenvolver estratégias para lidar com o problema e aumentar sua qualidade de vida”, afirma a médica Tamires.
A especialista acrescenta que pessoas com transtorno de ansiedade possuem autoestima e autoconfiança muito baixas por conta de pensamentos negativos sobre seu valor. Além disso, conforme a médica, a tensão constante leva a dores de cabeça, no pescoço e ombros.
O transtorno de ansiedade pode se manifestar de diferentes maneiras. Entre as principais, estão o transtorno da ansiedade generalizada, o transtorno do pânico, de ansiedade social, obsessivo compulsivo, pós-traumático, o de ansiedade de separação e as fobias.
1. Transtorno de ansiedade geral (TAG)
É caracterizado pela preocupação e medo duradouros em razão de muitas situações ou acontecimentos. “Os sentimentos ocasionados por essas preocupações se tornam irreais, o que pode afetar o desempenho de quem sofre de TAG em seus esforços diários, devido à incapacidade de controle”, explica Tamires.
Os sintomas são os mesmos da ansiedade comum porém mais crônicos e graves: dores de cabeça e estômago, irritabilidade, inquietação, fadiga, falta de concentração, sudorese, dificuldade para dormir, sensação de destruição constante e iminente.
2. Transtorno do pânico
É marcado por ataques de medo intenso, que podem incluir tremores, palpitações cardíacas, falta de ar, medo de perder o controle, formigamento e sensação de desgraça iminente.
Tamires explica que os ataques surgem repentinamente e atingem o nível de pânico em minutos, podendo durar horas. Geralmente quem sofre de ataque de pânico, costuma evitar certos lugares, situações e pessoas que são gatilhos para o problema.
3. Transtorno de ansiedade social
Aumento da frequência cardíaca, náusea, tontura e sudorese são alguns dos sintomas físicos que os indivíduos com transtorno de ansiedade social apresentam quando são forçados a interagir com outras pessoas.
Para ser enquadrado nesse tipo de ansiedade, os sintomas devem ser apresentados rotineiramente, por pelo menos seis meses.
4. Fobias
A fobia é um sentimento irracional de medo de algo ou de uma situação específica. Existem diversos tipos de fobias, de altura, de aranhas, de voar, de lugares apertados, de multidões, etc.
5. Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
Quem sofre de TOC apresenta pensamentos ou ações angustiantes e repetitivas, que não conseguem ser evitadas, por mais que se saiba que se trata de uma reação irracional.
Esses indivíduos buscam justificar suas ações com sentimentos supersticiosos, como, por exemplo, limpar obsessivamente itens pessoais, andar no mesmo padrão, lavar as mãos constantemente, e verificar inúmeras vezes o mesmo objeto, como fogões a gás e interruptores de luz.
6. Transtorno de estresse pós-traumático
É um distúrbio de ansiedade que, geralmente, decorre de uma experiência anterior em que houve risco de perder a vida.
Segundo Tamires, os ataques de pânico das pessoas com estresse pós-traumático costumam acontecer quando elas são confrontadas com um fator desencadeante que remete ao evento traumático.
7. Transtorno de ansiedade de separação
Esse tipo de transtorno se apresenta como uma intensa exibição de pânico quando a pessoa experimenta um afastamento de alguém, lugar ou objeto. Para Tamires, os sintomas deste distúrbio são tipicamente observados em crianças pequenas quando separadas das mães ou dos principais cuidadores.
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Fonte: Metrópoles