Nesta segunda-feira (30), o ‘‘Programa da Tarde’’, apresentado pelo jornalista Erlan Bastos, na Meio Norte, mostrou uma história surpreendente de uma mulher que matou o assassino da própria filha, dentro do tribunal na frente do juiz. Marianne Bachmeier caminhava pelos corredores do Distrital de Lübeck e o julgamento de Klaus Grabowski, acusado de ser o assassino de sua filha que se chamava Anne, já estava no terceiro dia quando a matriarca tomou a decisão de atirar no criminosoNa atração da Meio Norte foi relatado que as pessoas que acompanhavam o julgamento de Grabowski jamais imaginariam o que estava por vir. Bachmeier levou em sua bolsa uma arma Beretta 70. A história aconteceu em 8 de março de 1981, na Alemanha, e a mãe de Anne deixou o ódio tomar conta de si e decidiu fazer justiça com as próprias mãos, e acabou matando a tiros o assassino confesso de sua filha em frente ao juiz.De acordo com o vespertino da Meio Norte, a vida de Bachmeier não foi fácil. Filha de um ex-membro da Waffen-SS que serviu ao Terceiro Reich, ela cresceu assombrada pelo remorso herdado. O sentimento prosseguiu por conta de uma gravidez aos 16 anos e que teve que entregar o primeiro filho para a adoção quando ele ainda era apenas um bebe.Na segunda gravidez, aconteceu algo parecido com filho e ela deu a outra família dois anos depois. À distância, a mulher aceitava que a dor de ter sido estuprada a impedia de pensar em si mesma como mãe. Porém, na terceira gestação em 1973, Marianne deixou o passado de lado e resolveu começar uma nova vida. O nascimento de sua filha, Anna Bachmeier, abriu um novo capítulo em sua história. Uma que, infelizmente, traria ainda mais dor.O assassinato de Ana
Em 5 de maio de 1980, Anna Bachmeier saiu de casa para ir à escola. Porém, uma discussão com a mãe levou a menina de 7 anos a pensar em matar aula e fugir de todas as suas obrigações. Enquanto caminhava, ela acabou encontrando Klaus Grabowski, um açougueiro de 35 anos que chamou a atenção da garota com seus gatos.Segundo os relatórios da polícia, Klaus era um criminoso sexual registrado e sequestrou Anna e a levou para sua casa. Quando chegou lá, o criminoso confesso abusou da menor e a estrangulou com meias que eram de sua noiva. Horas depois, quando Marianne ainda não havia começado a busca por sua filha, Grabowski tentou se livrar do corpo da menina.De acordo com o ‘‘Programa da Tarde’’, o assassino amarrou a menina e a colocou em uma caixa que deixaria na margem de um canal. ‘‘Como não havia nada que o ligasse a Anna, ele poderia facilmente escapar de qualquer penalidade. Ou pelo menos foi o que ele pensou sem considerar que sua namorada não hesitaria em denunciá-lo à polícia assim que descobrisse a situação’’, contou a narradora.A atitude da mulher que matou o assassino no tribunal
Durante o interrogatório, Klaus Grabowski afirmou que não queria estuprar ou matar Anna. O criminoso chegou a se defender declarando que a menina de 7 anos o havia seduzido e ameaçou contar à mãe que ele a havia tocado, a menos que lhe desse dinheiro. De acordo com a atração da Meio Norte, o assassino repetiu essa mentira na frente de Marianne e das autoridades competentes quando compareceu a julgamento em março de 1981.Além de revoltada, a mãe de Anne ficou enojada com as palavras do criminoso e temeu que servissem para ele fugir de qualquer punição. Ela queria que houvesse justiça de qualquer forma e, principalmente, que a memória de sua filha não continuasse sendo agredida daquela forma.Em 8 de março, Marianne levou a Beretta 70, que guardava em casa, para o tribunal do Tribunal Distrital de Lübeck. Enquanto o criminoso Klaus ouvia o juiz ditar seu futuro, a mulher se levantou e sacou a arma. Mesmo com todo mundo a olhando, Marianne Bachmeier atirou oito vezes no assassino de sua filha. Sete desses tiros atingiram seu corpo e imediatamente tiraram sua vida. “Eu fiz isso por você, Anna”, declarou ela.A resposta da sociedade
A atitude dela deixou a sociedade alemã em choque naquela época. Algumas pessoas criticaram as ações de Bachmeier, mas a maioria da população a apoiou. Por conta disso, o apoio popular impediu que a acusação processasse Marianne pelo assassinato de Grabowski, assassino de sua filha.Em 1983, ela chegou a ser condenada por um juri por homicídio culposo e posse ilegal de arma de fogo. A sentença foi de apenas seis anos de prisão, mas ela cumpriu apenas três. Em 1988, Bachmeier mudou-se para a Nigéria com seu novo marido, um professor alemão. Dois anos depois, ela voltou para a Alemanha depois de se divorciar e ser diagnosticada com câncer na Itália.Em 17 de setembro de 1996, Marianne Bachmeier faleceu de câncer pancreático. A informação foi divulgada secretamente pela imprensa local e eles permitiram que os poucos parentes que ele tinha lhe prestassem homenagens em particular. O corpo da mãe foi enterrado no cemitério de Lübeck, no mesmo local onde repousam os restos mortais de sua filha.A reação dos apresentadores
No final, os apresentadores do “Programa da Tarde” opinaram sobre a matéria. ‘‘Me desculpa, mas eu vou passar pano sim. A gente não tem como imaginar a dor dessa mãe, né’’, disparou o titular Erlan Bastos. ‘‘Não tem mesmo como mensurar a dor dessa mãe. É aquele ditado: ‘fazer justiça com as próprias mãos’. Quando vi essa notícia fiquei impactada com a tamanha coragem dessa mãe. Acredito que o que uma mãe a fazer isso é justamente o sentimento que não se apaga nunca de perder um filho’’, expressou Suany Pessoa.‘‘Macabra demais. Ainda mais quando a mãe vê que a justiça não iria ser realizada e que esse cara ficaria impune. Então, ela teve essa ousadia, essa coragem de ter realmente disparado 7 ou 8 tiros no cara que realmente iria ficar impune na morte de sua filha. A gente passa pano sim porque ela foi uma mãe leoa, que colocou cara a tapa, enfrentou os medos e fez justiça com as próprias mãos’’, opinou Amanda Nara.Fonte: Em off