

Acredite se quiser: cidade que se alimenta de futricas da Corte, de resto como Washington, Berlim, Paris, Moscou e demais sedes do poder central; uma vez confirmada a volta de Bolsonaro na próxima quinta-feira, Brasília atravessou o último fim de semana embalada pelo boato mais inacreditável dos tempos recentes.Ad
Lula não estaria doente como diz, e todos ao seu redor repetem – uma pneumonia descrita como leve que o levou, primeiro, a retardar por um dia sua viagem à China, e, em seguida, a cancelá-la. Mas não era leve? Lula não teria viajado porque soube que se tramava um novo golpe para derrubá-lo durante sua ausência.Os encarregados da volta de Bolsonaro, entre eles o PL do ex-deputado Valdemar Costa Neto, pediriam medidas extremas de segurança para que o ex-presidente não corresse riscos. O senador Flávio Bolsonaro, de fato, chegou a falar que seu pai poderia ser morto ou esfaqueado outra vez. O próprio Bolsonaro falou.Diante disso, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal acertara uma ajuda disfarçada das Forças Armadas para garantir a segurança do desembarcado; a mesma Secretaria que se omitiu no dia 8 de janeiro quando bolsonaristas acampados à porta do QG do Exército marcharam livremente sobre a Praça dos Três Poderes.Só que desta vez, com Lula há mais de 20 horas de distância do Brasil, daria certo. Acompanhado de uma multidão, que é o que se espera à sua chegada ao aeroporto de Brasília em voo comercial, Bolsonaro desfilaria então pela cidade em triunfo e seria levado direto para o Palácio do Planalto. O golpe estaria consumado.No dia seguinte, que marca mais um aniversário da ditadura de 31 de março de 1964, ele presidiria um desfile militar e se declararia empossado, com direito a faixa presidencial e demais honras. Quanto a Lula… Ora, que pedisse asilo aos seus amigos chineses e companheiros de ideologia. Como lhe parece?Parece mesmo inacreditável? Pois saiba que em 22 de julho de 1992, quando o governo fazia água acusado de corrupção e o então presidente Fernando Collor estava em Madrid, os ministros militares peitaram o vice, Itamar Franco, para dar um golpe. Collor seria impedido de voltar. Itamar assumiria. Itamar não topou.Conta o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em um dos seus livros de memória que ele, em 1994, ministro da Fazenda de Itamar, foi sondado por um general sobre a possibilidade de continuar no cargo caso Itamar fosse trocado pelo ex-coronel Jarbas Passarinho. Fernando Henrique também não topou.Sobre o golpe contra Collor que Itamar, de certa maneira, impediu que fosse dado, ou os militares desistiram de dar, leia abaixo.https://www.metropoles.com/materias-especiais/exclusivo-o-golpe-militar-contra-collor-e-o-contragolpe-de-itamarFonte: Metrópoles