O influenciador Mateus Pesce, 23 anos, sofreu bullying desde a primeira série. Por ter “trejeitos” ele era excluído do convívio com os meninos. Por isso, não se permitiu vivenciar coisas da idade, como por exemplo: jogar bola. Se manteve isolado até o quinto ano, quando a situação piorou. Devido ao início da adolescência, as “brincadeiras” eram mais constantes, chegando a sofrer agressão física.O preconceito não afetava somente o influenciador, mas também a família, principalmente a mãe. Ela sofria junto com Mateus sempre que ele trazia algum relato do que viveu. Mateus conta que o bullying afetou também a descoberta de sua sexualidade, pois ele não se permitia se conhecer e isso criou sequelas que Mateus carregou durante anos.“Eu não sofria preconceito só por parte dos alunos, sofri preconceito pelos professores e pela diretora da escola também. Ameaçaram chamar minha mãe na escola pois “essa coisa de ser gay” estava me atrapalhando muito na escola, ao invés de chamarem os pais dos alunos que abusavam de mim, falaram que iriam chamar minha mãe”, revelou.O apoio que Mateus teve na sua família foi fundamental, pois ele começou a se orgulhar de ser do jeito que sempre foi. No ensino médio as brincadeiras continuaram, mas não o afetava tanto como nos anos anteriores e ele entrava nelas. Com um discurso empoderado, Mateus começou a tirar os argumentos dos maldosos. “Você é viado! – Sou mesmo!” respondia.“Os ‘trejeitos’ que antes eram motivos de chacota, me fortaleceram. Fui ficando conhecido na escola por ser engraçado e divertido. Através disso, encontrei meu espaço no humor, criando personagens e histórias que hoje conquistam o meu público.” Usando o bom humor e muita resiliência, o influenciador começou a enxergar que com a arte ele levantaria reflexões e auto aceitação. Para ele, hoje isso é o mais importante, levar informação e carisma, e também ajudar os seus na luta contra a LGBTfobia.“O que eu deixo pra quem está passando pela mesma dificuldade que passei, é: tente sempre estar próximo de pessoas compreensivas e maduras, independente do ambiente. Afinal, essas pessoas irão te acolher, te defender e te ajudar nessa superação. Não ligue muito para as críticas alheias, cada um tem a sua vida! No final de tudo, é você por você”, concluiu.Fonte: Em off