O que era para ser uma noite de diversão entre amigos terminou em muito estresse e desânimo para o chef das celebridades João Marcelo. Ele relatou para esta colunista que vos escreve que passou por um constrangimento enorme ao comprar o abadá para um camarote da Sapucaí e não ter uma camiseta do seu tamanho. Ele contou com detalhes tudo o que aconteceu no segundo dia de desfile do Grupo Especial no Sambódromo do Rio, na última segunda-feira (20), e desabafou sobre como se sentiu.“Um grupo de amigos de São Paulo decidiu vir pro Rio de Janeiro, pós-carnaval de São Paulo, pra poder curtir. Daí, a gente decidiu comprar o ingresso para o Nosso Camarote. A gente imaginou que seria um dos mais organizados, foi quase cinco mil reais o ingresso. E, segunda, nós fomos buscar as camisas e o crachá. Chegou na hora de pegar a camisa, a menina olhou pra mim e falou assim ‘qual o seu tamanho?’. Eu falei ‘olha, pra mim tem que ser entre 4XG e 6XG, porque eu sou bem gordinho. Aí, na hora o rapaz falou que só tinha até o GG”, começou seu relato.Em seguida, João continuou contando o desenrolar do problema: “Eu falei ‘ah, gente, impossível! Ué, gordo não tem vez, não tem tamanho pra gordo? Aí disseram, ‘às vezes tem quatro 4XG, mas já acabou, porque faz pouca quantidade. Isso acontece porque, no final da contas, ele quis insinuar pra mim que não vai muito gordo, sabe? Tipo, ‘a gente não tem tanta necessidade de ter essas camisas’. Eu falei assim, ‘olha, se o Jô Soares viesse pra cá, ele não ia poder entrar no camarote, né? Porque se tem até o GG’. Aí ele falou ‘ah, não, mas é diferente. O Jô Soares seria convidado VIP e o atendimento dele seria em outra sala”, detalhou.João contou, ainda, que as pessoas começaram a apoiar sua revolta com a organização do camarote: “As pessoas em volta começaram a ficar muito indignadas e falando ‘é um absurdo’. Teve uma menina que falou ‘sabe o que mais me entristece de ter pago o convite? É que eu sei que eu paguei não pra eu utilizar, mas pra poder pagar pros VIPs’. Porque o atendimento dos VIPs é outro, totalmente diferente de nós, pagantes, sabe? E realmente é outro totalmente diferente. E, aí, a gente começou a discutir e outras pessoas começaram a comprar briga junto. Então, ele falou assim pra mim: ‘olha, a gente tem três sugestões: você pegar uma blusa GG, ir na customização e fazer um colete pra você ou então ele amarra no teu braço, na tua blusa que está aí; podemos até ceder duas blusas pra você e, aí, o pessoal da customização corta e faz um blusão pra você costurado; ou a terceira, aí é com você’, como se dissesse ‘se não quiser ir, o problema é seu, sabe?”, desabafou.Sem paciência, João pediu o dinheiro do ingresso de volta: “E daí eu falei assim: ‘o gordo sempre é ridicularizado, vamos fazer o seguinte? Eu quero o meu dinheiro de volta em espécie porque eu não vou pra um lugar que está me ridicularizando como vocês estão me ridicularizando’. Aí, a menina que estava me atendendo pegou na minha mão e falou assim ‘olha, desculpa. Eu estou realmente tão constrangida quanto você, mas infelizmente eu não posso fazer nada. Você pode ver que ele entra, vai lá, fala com alguém e volta. Ele dá as respostas, mas eu mesma estou tão constrangida quanto você’. Eu falei ‘não tem problema, não, eu até desisti de ir, eu só quero meu dinheiro de volta’”, afirmou, antes de continuar:“Aí, mais vinte minutos, volta ele e fala ‘infelizmente, o dinheiro a gente não pode devolver’. Eu falei ‘como não? Eu comprei uma camisa e vocês não tem a camisa pra me entregar, você quer que eu faça o quê? [O rapaz respondeu] ‘Ah, mas a gente não pode devolver o dinheiro, não. Se você quiser as opções que eu te dei, bem, se não quiser, amém’. Aí, a confusão ficou maior. Nisso que a confusão ficou maior, bota mais uns trinta minutos aí. Daqui a pouco, do nada, eu vi alguém falando, ‘ah é o chef João Marcelo’. Daqui a pouco, eu só sei que do nada apareceu uma camisa 4XG. ‘Conseguimos uma camisa’. Eu falei ‘ué, vocês bateram o martelo por momentos aqui dizendo que não tinha nada, que não ia poder me atender. [Disseram] ‘A gente pegou de um outro convidado que estava reservado na área VIP”.Mas a noite já tinha acabado, na opinião do chef: “Peguei a blusa, só que ali já tinha acabado o meu Carnaval. As pessoas com aquele olhar de pena, sabe? ‘Tipo, ah, não fica assim’. Isso acabou comigo. Eu nunca tinha passado por isso, lógico que a gente entra nas lojas, não tem nosso tamanho, mas a gente acaba que meio que se condiciona isso, sabe? Mas caramba numa situação daquela que os meus amigos já estavam todos vestidos e eu lá discutindo, brigando porque não tinha meu tamanho, sendo que eu paguei por aquilo. E, aí, daqui a pouco, eu já vestido com a camisa e uma pessoa da produção me para e fala assim pra mim: ‘fico feliz que a gente tenha conseguido te atender. Na verdade, essa camisa era minha, eu que ia usar, mas mediante à situação, me coloquei no seu lugar e liberei a camisa pra você. Porque eu fiquei tão constrangido quanto, porque nós gordos, a gente tem que ser unido. Porque a humilhação ela vem de todos os lados’. Resumo, a mentira que o camarada contou, que tinha pego na área VIP, que era de outro cliente, foi por terra”, reclamou, antes de seguir:“Eu não curti nada, não comi, não bebi. O pouco que eu bebi, foi naquela intenção de que estou chateado e as pessoas me paravam no camarote ‘o que resolveu? você está bem? É isso mesmo, leva pra frente’. As pessoas me parando pra falar, por mais que elas fossem mais carinhosas, aquilo ia me dando como se fosse cada vez mais uma facada, sabe? Aí, me senti realmente muito mal e fui embora, não curti nada. Joguei cinco mil reais no lixo, sabe?”, disparou.Após usar seus stories do Instagram para relatar o que aconteceu, João afirmou que não foi procurado pelo pessoal do camarote, que apenas resolveu chamar outras pessoas “gordas” para rebater suas denúncias: “Não comentaram nada e o que que eles fizeram? Nos dias movimento, não tinha gordo nenhum. Ontem, que estava flopado, que não tinha ninguém, mediante ao meu depoimento, eles fizeram questão de convidar vários ‘plus sizes’ pra poder mostrar a igualdade. E aí, quando eu vi aquilo, e eu vi a Taís Carla, que é tão militante, né? Sabendo da minha situação, aceitar ir pra um camarote gordofóbico, porque não tem outra outra visão, e ela lá no camarote pra meio que pra ‘passar pano’ pelo que aconteceu comigo. Então, eles fizeram sabendo. Em nenhum momento me mandaram uma mensagem de desculpa. Nada. A resposta que eles me deram foi o tapa na minha cara, convidando vários ‘gordos’ pra poder estarem lá, entendeu?”.Apesar de tudo o que passou, João declarou que não ficou abalado, mas vai ficar marcado: “Não me abalo com isso, mas mexeu com todo o meu emocional. Me senti o cocô do cavalo do bandido, era como se eu tivesse cag*do e todo mundo estava olhando por isso. Eu sou bem forte, na hora fiquei bem forte, mas eu fiquei tão mal. Gastei uma grana, trouxe meus amigos todos de São Paulo pra cá, sabe? A galera ficou e eu fui embora. Eu me senti tão humilhado, tão mal, que eu fiquei de cama. Não sei se o emocional arriou, a minha imunidade. Eu tô bem chateado, bem triste, chorei bastante”, contou.Para finalizar, ele fez uma avaliação de tudo o que passou: “Então, o resumo que eu faço é: primeiro pela sem-vergonhice e segundo pela falta de preparo. A intenção final fica bem clara, tipo assim, ‘a gente não quer gordo aqui’. Você pode ver no Instagram deles, não tem uma foto de gordo. Eu printei todas as fotos e eu salvei os vídeos dos stories de ontem. Eles chamaram os gordos para os gordos postarem os vídeos, mas eles mesmos não repostaram nada dos gordos. Não tem uma foto no story e no feed, entendeu? Eles só chamaram pra tentar ‘passar pano’. E me deixa muito triste saber que os gordos militantes aceitaram passar esse pano, entendeu?”.Em seu Instagram, João publicou uma foto no camarote, com um texto: “De ontem … Foi uma das experiências mais desastrosas que tive em toda minha vivência de camarotes e Áreas VIP. O Rio tem de aprender muito com SP o dom de receber, de respeito e de causar experiências e momentos inesquecíveis (pra bom, né)! Quem viu meus stories ontem acompanhou … O Rio precisa urgentemente de @fattimaamaral’s! Mas mesmo chateado, encontrei com muita gente que me fez sentir amado e querido … que me fez mais feliz! Vamos, que hoje ainda é terça de Carnaval! 🥳 Curtam com moderação e jamais permitam que debochem de quem você é! Como diz meu amigo @leaolobotv ‘Dignidade Já’!”, escreveu ele.João recebeu muito apoio de seus fãs: “Cansei de passar por situações como essa. Inclusive, a grande maioria das marcas de roupas parece que só vestem para modelos sarados, pois raramente acho para tamanho plus que é o que eu utilizo”, disse um. “Minha solidariedade a você, acredite trabalhando no Carnaval por eu não ser uma pessoa dentro dos padrões sou estereotipada por estar em um ambiente onde 99% é magro! Entendo sua dor, acredito de verdade que se isso chegar aos canais necessário podemos juntos mudar esse cenário!”, declarou outra.A coluna procurou a assessoria de imprensa do Nosso Camarote, mas ainda não recebeu um retorno. Assim que isso ocorrer, a nota será atualizada.Fonte: Em off