

Reportagem investigativa conduzida pelo canal abuso in, dos EUA, identificou o uso da rede social Pinterest por pedófilos para acessar, armazenar e facilitar o acesso a outros criminosos de fotos de garotas e crianças que usam a plataforma. Os homens criavam as coleções e as nomeavam com termos sexuais como “delicioso”, “garotinhas sensuais” e “prazeres culpados”. O problema foi exposto pela emissora na semana passada, que investigou o comportamento no âmbito dos Estados Unidos.Lançado em 2010, o Pinterest é visto, a nível mundial, como uma plataforma para buscar ideias criativas sobre qualquer assunto — de cortes de cabelo a modelos de jardins. O usuário também pode publicar as próprias criações, seja por foto ou vídeo. As ideias favoritas podem ser reunidas em uma coleção, que recebe um nome de acordo com o usuário.Por ter caráter criativo e possibilitar a produção de conteúdos, como vídeos e fotos, com poucos mecanismos de interação individual, pais de filhos pequenos viram na plataforma a possibilidade de ceder aos pequenos a interação on-line, mas com um nível maior de segurança.Nathalia é uma dessas mães que temia que a filha Victoria, de 9 anos, encontrasse na plataforma de compartilhamento de vídeos TikTok conteúdos inapropriados. Ao conhecer o Pinterest, permitiu o acesso da garota por achá-lo mais seguro. Um ano depois, as fotos de Victoria, compartilhadas por ela na rede, foram encontradas pela reportagem da NBC News em diversas coleções criadas por pelo menos 50 pedófilos com títulos “garotas”, “garotinhas sensuais” e “prazeres culpados”.“Estou chocada e enojada”, disse Nathalia à NBC News. Ela foi alertada pela reportagem sobre o uso das fotos da filha e descobriu que alguns dos homens enviou mensagens para a menina. “Hmmmm” e “lindinha” foram algumas das mensagens de usuários com nomes e fotos de homens. Além disso, ela encontrou três seguidores da filha que tinham, nos perfis deles, fotos de pênis eretos.Outro usuário que salvou um vídeo de Victoria era um homem de 45 anos do Texas que usou o nome verdadeiro na plataforma. Ele criou a conta em 2022, após sair da prisão em liberdade condicional, onde cumpriu 27 anos por tentativa de homicídio. Ele tinha três coleções com garotas menores de idade e, ao receber uma mensagem da NBC News, ocultou os conteúdos.O mesmo ocorreu com Erin Han e a filha de 12 anos, mas a mãe não chegou a encontrar coleções com as fotos e vídeos da filha. Depois de alguns meses que a garota entrou no Pinterest, ela já tinha 500 seguidores no perfil, que basicamente reunia imagens de preparação para a prática de líder de torcida. Ao investigar os seguidores da menina, ela verificou uma grande quantidade de homens que tinham coleções “perturbadoras”. “Era nojento e muito óbvio que eles não estavam lá pela moda”, disse a mulher à NBC News.Fonte: Correio Braziliense