Na edição da última segunda-feira (10) do “Jornal das Dez”, da GloboNews, a jornalista Aline Midlej fez um grande desabafo sobre recentes casos de racismo que vieram a público e tomaram conta das mídias nos últimos dias. Os dois casos aconteceram no mesmo dia, porém, em locais diferentes. Um aconteceu em uma unidade do “Atacadão” – que pertence ao grupo “Carrefour”, e o outro aconteceu em uma loja do próprio mercado “Carrefour”.Os supostos crimes de racismo aconteceram na última sexta-feira (7). Uma das vítimas foi a professora Isabel Oliveira, que afirmou ter sido seguida por um segurança do mercado “Atacadão” por cerca de meia hora. Ela ainda o questionou se ela oferecia algum tipo de ameaça, e o funcionário somente respondeu que ele era responsável por aquele setor.Como forma de protesto, a professora voltou depois à unidade do mercado e tirou suas roupas, ficando somente de roupas íntimas, e, além disso, escreveu a frase “Sou uma ameaça?” em seu próprio corpo. Fez isso com o intuito de mostrar que não portava nada que oferecesse perigo à loja e sequer escondia algum produto do mercado. O caso repercutiu muito nas redes, já que seu marido a acompanhou e registrou todo o ocorrido. Isabel foi à delegacia prestar queixa na manhã dessa última segunda-feira (10).O outro caso aconteceu com o cantor Vinícius de Paula, filho de Netinho de Paula e marido da jogadora de vôlei Fabiana Claudino. Dessa vez aconteceu dentro de uma unidade do mercado “Carrefour” e o que houve foi que uma atendente de caixa se negou a atender o artista, com a justificativa de que seria prejudicada caso o fizesse. Porém, logo que o Vinícius foi para outro caixa, viu que a mulher atendeu uma outra cliente; uma pessoa branca.O marido da jogadora também vai entrar com uma ação judicial contra o grupo de mercados. O Carrefour se manifestou e dentre suas falas, afirmou que a atendente estava ainda em fase treinamento e já havia sido desligada do grupo. Coincidência ou não, os dois casos aconteceram no mesmo dia e em lojas que pertencem ao mesmo grupo – Grupo Carrefour.E foi por causa desses casos que a jornalista desabafou na última edição de seu programa – “Jornal das Dez”. “A agenda antirracista, ela dá trabalho; ela exige um comprometimento diário. Como é que uma caixa, que estava em treinamento, não estava preparada para lidar com uma situação como aquela? Ainda há muito para ser feito. É uma lição para mim, para você, para o Carrefour“, começou a apresentadora.“Combater racismo internamente, de dentro para fora exige trabalho, exige formação, exige investimento de pessoal, de recurso. E, claramente, isso não está sendo feito pela rede. Não à altura do tamanho do desafio que é acabar com o racismo dentro das unidades do Carrefour. É inadmissível que pouco mais de dois anos depois, dentro do mesmo supermercado, a gente veja cenas parecidas… Não tão agravadas como do João Alberto que morreu ao final, mas que causam dores muito parecidas nas pessoas que estão passando por esses crimes de racismo. Porque racismo é crime!“, finalizou Aline.Após episódios de discriminação racial em rede de supermercados, Aline Midlej comentou: “Combater racismo internamente, de dentro para fora, exige trabalho, formação, investimento de pessoal, de recurso”.Fonte: Em off