As bibliotecas públicas são espaços mágicos. Nelas estão milhares de histórias e conhecimentos ao alcance de todos. Mesmo com a digitalização dos livros, que facilmente podem ser encontrados na internet, muita gente não troca o prazer de folhear as páginas de uma edição, sentindo o cheiro do papel, para mergulhar no universo de possibilidades à disposição do leitor. O Distrito Federal conta com 23 bibliotecas públicas, distribuídas no Plano Piloto e Regiões Administrativas para atender esse público que busca conhecimento e uma leitura da forma “antiga”.Segundo o escritor Marcos Aurélio Linhares, em outros países existe a concepção de que a biblioteca é um espaço cultural vivo, onde são realizados casamentos, batizados, aniversários e apresentações musicais. “Quando você está nesses espaços você está num centro cultural, de sonhos, de materialização de projetos”, relata o escritor.No Brasil as bibliotecas se desvirtuam da amplitude desse conceito e são vistas como um local para estudos, como é o caso de André Augusto. “Tenho déficit de atenção e descobrir as bibliotecas públicas em Brasília me ajudou a melhorar o aprendizado”, explica o estudante que frequenta a Biblioteca Nacional”.No ano passado, 43.076 pessoas usaram a Biblioteca Nacional de Brasília e 29.081 turistas visitaram o local. Localizada entre a Esplanada dos Ministérios e a Rodoviária do Plano Piloto, o espaço recebe cerca de 350 pessoas por dia. Entre os frequentadores do local está o professor de inglês Matheus Oliveira, que gosta de ler no bom e velho livro. “Aqui o acervo é excepcional, tem várias edições maravilhosas e uma grande diversidade de autores”, diz o professor que destaca a economia de dinheiro que o hábito lhe propicia.Para o gerente da biblioteca, Daniel Arcanjo, os espaços públicos não sofrem ameaça de serem extintos com o inexorável processo de digitalização. “A biblioteca nunca vai perder a importância, por mais que tenha tudo no digital. Aqui é feita uma curadoria e o conhecimento quando é filtrado pelo bibliotecário é muito mais confiável”, explicou.Aberta ao público
Além de oferecer um espaço silenciosos para leitura e estudo, as bibliotecas públicas do DF trazem acolhimento ao abrir suas portas para todos. Breno Alisson Ramalho, 22, desfruta dos ambientes da Biblioteca Central da UnB para realizar seus estudos. “Como curso Direito, preciso fazer muita leitura, e aqui tem praticamente tudo o que a gente precisa. Livros, notebooks para empréstimos, salas de estudos em grupo e, principalmente, silêncio”, enumera.Responsável pelos conteúdos que subsidiam as atividades de ensino, pesquisa e extensão da UnB, a biblioteca conta com um rico acervo, aberto para comunidade acadêmica e todo o público em geral. “Seria muito mais difícil fazer trabalhos e pesquisas sem esses espaços porque além de ter o que a gente precisa, concentra tudo em um mesmo lugar”, contou Breno.Além do Plano Piloto
Em conversa com o Correio, o gerente da Biblioteca Pública da Candangolândia Marcos Junior, 39, conta que o local funcionava como uma tesouraria onde trabalhadores da construção de Brasília recebiam o pagamento por seus serviços. Mesmo após ser convertido em biblioteca, o espaço onde ficava um antigo cofre permanece no prédio e é agora usado para guardar livros e materiais artísticos.De acordo com Marcos, a pandemia contribuiu para a defasagem dos títulos didáticos do acervo, uma vez que a biblioteca não recebeu doações no período de isolamento. No entanto, ele ressalta que tem um bom repertório de títulos de literatura: “O nosso acervo é bem completo. A gente tem muitos livros raros aqui, que nem a própria UnB tem”.O gerente justifica que a procura maior é por livros e que a presença de pessoas de outras regiões como Guará e Núcleo Bandeirantes, torna a biblioteca bastante frequentada. “Nossa biblioteca é a única de Brasília que possui internet privada. Todas as bibliotecas têm internet social, tem biblioteca aí que nem isso tem”, compara.A biblioteca da Candangolândia oferece oficinas literárias e artísticas para ampliar o espaço em sua função essencial: “aquele modelo arcaico de biblioteca em que você só para e fica em silêncio estudando já está ultrapassado”, ele reflete. Mesmo reconhecendo a importância de ser um ambiente de introspecção, Marcos defende que o espaço seja também cultural, com exposições de arte, saraus, shows. Um ponto de encontro da comunidade. “A biblioteca moderna é isso”, conclui.*Estagiário sob a supervisão de Márcia MachadoConfira as bibliotecas públicas do DF
Biblioteca Nacional de BrasíliaEndereço: Setor Cultural Sul, lote 2, Edifício da Biblioteca NacionalBiblioteca Pública de BrasíliaEndereço: EQS 312 / 313 – Asa SulBiblioteca De Artes de Brasília – Ethel de Oliveira DornasEndereço: CRS 508 Bloco A Loja 72Biblioteca Braille “Dorina Nowill”Endereço: CNB 01 – Área Especial- Taguatinga – DFBiblioteca Pública da CandangolândiaEndereço: Rua dos Transportes – Área Especial nº 01- Candangolândia – DFBiblioteca Pública do CruzeiroEndereço: Administração Regional do Cruzeiro – Área Especial H Lote 08Biblioteca Pública do GamaEndereço: Salão de Múltiplas Funções, Setor Central, Praça 2Biblioteca Pública do GuaráEndereço: Área Especial do CAVE Casa da CulturaBiblioteca Pública do ItapoãEndereço: Quadra 61, Área Especial, Del LagoBiblioteca Pública do Núcleo BandeiranteEndereço: Praça Padre Roque, 3ª AvenidaBiblioteca Pública do ParanoáEndereço: Praça Central, lote 01, Área Especial nº 1Biblioteca Pública do Recanto das EmasEndereço: Quadra 805 AEBiblioteca Pública Lúcio Costa, do Recanto das EmasEndereço: Quadra 302 Lote 06 Avenida Recanto das EmasBiblioteca Pública do Riacho Fundo IEndereço: Área Central 03, Lote 05Biblioteca Pública Monteiro Lobato, de Santa Maria NorteEndereço: EQ 215/315, Lote A (ao lado do CAIC)Biblioteca Pública Carlos Drummond de Andrade, de Santa Maria SulEndereço: EQ 204, lote 02 – Salão ComunitárioBiblioteca Pública de São SebastiãoEndereço: Quadra 101 Área Especial – Residencial OesteBiblioteca Pública de Sobradinho IEndereço: Área Reservada 05, Quadra 08Biblioteca Pública de Sobradinho IIEndereço: Área especial Avenida Central, Conjunto 16- Lote 03 (Ao lado da Universal)Biblioteca Pública de SamambaiaEndereço: QR 407, Conjunto G, Lote 01 (ao lado do Cilsan)Samambaia SulBiblioteca Pública Machado De Assis, de TaguatingaEndereço: CNB 01 Área EspecialBiblioteca Pública de Vicente PiresEndereço: Rua 4 A, Travessa 04, Área Especial Setor Habitacional – Vicente PiresBiblioteca Pública Carlos Drummond de Andrade, de CeilândiaEndereço: QNN 23, Área Especial s/n°., Módulo B, Ceilândia Norte (Ao lado da estação de metrô Ceilândia Norte)*Fonte: site da secretaria de estado de Cultura e Economia Criativa.Fonte: Correio Braziliense