A mãe de um estudante autista de 8 anos, que frequenta a escola bilíngue de libras e português escrito de Taguatinga, denunciou a orientadora educacional da Regional de Ensino por suposta lesão corporal. No boletim de ocorrência, ela diz que, em 4 de abril do ano passado, foi buscar o filho e identificou diversas marcas de unha no braço do garoto.De acordo com a mãe, a orientadora teria dito que o menino teve uma crise e que, para contê-lo, fez uso da força. “Porém, as marcas das unhas estavam tão profundas que houve claramente um excesso. Também disse que não aceitaria apanhar e que eu autorizei [a mãe] esse tipo de reação, o que não é verdade”, dizia no documento.Ao Correio a mãe contou que, meses depois, as marcas continuam profundas no braço da criança. Pensando em resolver o assunto, ela foi até o colégio e se deparou com o menino indo em direção a orientadora que “prontamente se colocou em posição de que ia agredi-lo” e, de acordo com ela, só não ocorreu porque outra professora a impediu.”Em seguida, elas começaram a discutir e a orientadora começou a dizer que ia agredi-lo se ele encostasse nela enquanto eu assistia tudo”, disse. Ao ser informada que a mãe estava presente, a orientadora teria gritado que não estava ‘nem aí’ e que não apanharia de uma criança.Após questionar a escola, a mãe teria recebido como resposta que a orientadora não estava bem, tinha acabado de retornar de uma licença médica e que, pelo filho dela ser agitado, ela teria exagerado na dose. “Nunca precisei rasgar o braço dele pra conter meu filho diante de uma crise. Além disso, fiquei imaginando o que ela faz quando não estou presente, já que fala desta forma com ele”, contou.Em áudios obtidos prelo Correio, durante uma reunião com a mãe do aluna, uma professora afirma ter presenciado as agressões e pediu para a mãe não ‘levar para o coração’ que foi uma atitude isolada por conta da frágil saúde da orientadora. “Provavelmente ela estava armada para se defender mas não com raiva ou ódio dele dele”, disse.Depois do ocorrido, o menino ficou 15 dias sem querer ir para as aulas. “Ele dizia em libras que não queria ir pois alguém iria bater nele e chorava muito. Não aceitava entrar na escola, eu precisava voltar pra casa e ele não conseguia se acalmar”, relatou. A mãe conta que entrou com um pedido de remanejamento para o menino mas que até o momento não obteve respostas da Secretaria de Educação e ele continua sem ir para as aulas.Em diversas ouvidorias que o Correio teve acesso, a mãe descreve a situação como insustentável e afirma que não tem como o menino permanecer na escola. “Eles tentaram abafar a situação, inclusive minimizar, dizendo que foi um acidente”, disse.O que diz a Secretaria de Educação?
O Correio procurou a Secretaria de Educação mas até a última atualização desta matéria não obteve resposta.Fonte: Correio Braziliense