O apresentador Emerson Machado Lima, da TV Correio, afiliada da Record na Paraíba, enfrenta agora uma denúncia por suposta prática de crime de racismo. O Ministério Público Federal (MPF) requereu a prisão do jornalista, bem como o pagamento de multa e a reparação dos “danos sociais e prejuízos causados à coletividade”. Por meio de seu advogado de defesa, Lima negou veementemente as acusações e considera o caso um “mal-entendido” por parte do MPF.Segundo o advogado, Emerson sempre repudiou esse tipo de conduta e nunca teve a intenção de cometer o crime pelo qual está sendo acusado. Os fatos em questão ocorreram durante a veiculação de uma notícia sobre um caso de homicídio, no qual o apresentador Emerson Machado proferiu comentários pejorativos a respeito do candomblé. O suspeito do crime havia sido preso na casa de um amigo que praticava essa religião. O episódio foi exibido no programa Correio da Verdade em 28 de abril de 2021.Durante a transmissão na afiliada da Record, Emerson Machado disse: “Segundo informações, o Marcos já participava de candomblé, né?, dessas tribos, negócio de candomblé e o Marcos já participava. O acusado também já participava desse negócio de magia, de candomblé, já participava desse encontro aqui mesmo nessa casa“.A denúncia argumenta que Emerson “proferiu falas racistas, disseminando, em tom agressivo, discriminação por orientação religiosa”. Além disso, alega que o comunicador “reverberou” agressões raciais “em face de religiosos da matriz candomblé, afro-religiões, que sofreram constrangimentos e humilhações após a fala do locutor na televisão”, devido ao seu discurso “generalizador e abstrato” ao descrever o crime e enfatizar a crença do suspeito.Defesa
O MPF argumenta que o apresentador “incitou a população contra a religião do candomblé” ao proferir essas palavras durante a cobertura de um caso de homicídio, que naturalmente já causa revolta na população. Segundo a Procuradoria, Emerson, de maneira radical, cruel e intencional, provocou discriminação religiosa por meio dessa suposta associação entre o homicídio e o candomblé.O MPF destaca a gravidade dessa conduta, pois ocorreu em um meio de comunicação social e foi reproduzida no YouTube, atingindo um público nacional. Desde janeiro, os casos de injúria racial são equiparados aos de racismo, conforme estabelecido por uma lei sancionada pelo presidente Lula (PT).A defesa questiona a classificação do caso como crime de racismo. O advogado afirma que o apresentador sempre repudiou esse tipo de conduta, atuando estritamente em seu papel de comunicador, o qual exerce há mais de 30 anos. Ele também argumenta que a tipificação do crime de racismo está equivocada e espera que isso seja esclarecido durante o processo legal, em conformidade com a lei.Fonte: Em off