Apesar de não ser tão incidente, o câncer de cabeça e pescoço é difícil de tratar e tem alto nível de mortalidade principalmente em razão do diagnóstico tardio. Pesquisadores da West Virginia University (WVU), nos Estados Unidos, trabalham em um equipamento para facilitar a descoberta precoce da doença. A ideia é juntar duas tecnologias de imagem para fazer um exame que forneça maior resolução de tumores nessas áreas do corpo.Vacinas contra o câncer estarão ‘aprovadas’ em 5 anos; entenda
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A nova tecnologia alcança um nível de resolução de 2mm, em comparação aos 8mm do exame de Pet-Scan. Para isso, combina a tomografia por emissão de pósitrons de um Pet-Scan comum e a tomografia computadorizada por raios X. Com a junção, segundo os criadores, chega-se a imagens em que se pode, por exemplo, estimar as bordas do tumor com maior precisão, o que ajudaria os médicos a avaliarem o tamanho, a forma e a disseminação da doença.O protótipo do escâner também mapeia a distribuição de glicose radioativa administrada antes do exame, uma vez que células cancerígenas têm, em sua maioria, um metabolismo aumentado de glicose. Isso permitiria identificar a extensão do tumor e seus locais de lesão.Raymond Raylman, responsável por liderar a pesquisa, explica que a alta capacidade de resolução de imagem fornecida pelo aparelho possibilita a detecção precoce do câncer de cabeça e pescoço. “A maior resolução do protótipo permite um delineamento mais preciso da extensão do tumor, portanto, um tratamento possivelmente mais eficaz, com menos efeitos colaterais adversos”, detalha.O também vice-presidente de pesquisa do Departamento de Radiologia da WVU conta que, agora, o grupo busca aprovação regulatória para testar o desempenho da nova tecnologia em 40 pacientes agendados para serem tratados com cirurgia ou radioterapia nos próximos dois anos.A intenção é, a partir dos resultados do novo estudo, avaliar se as imagens fornecidas ajudam a equipe médica a escolher a melhor abordagem terapêutica. “A próxima etapa é o teste básico e, em seguida, o com humanos. Depois, tomaremos uma decisão sobre a continuidade do desenvolvimento para que o escâner seja comercializado”, antecipa Raylman.De acordo com o cientista, embora o objetivo seja melhorar o tratamento do câncer, é possível que o sistema também possa ser usado para identificar áreas de aumento da captação de radiofármacos, substâncias químicas usadas para o tratamento e o diagnóstico de doenças. “Esperançosamente, os recursos aprimorados podem inspirar aplicações além da imagem do câncer”, aposta Raylman.*Estagiárias sob a supervisão de Carmen SouzaFonte: Correio Braziliense