A justificativa que estava faltando para beber no happy hour chegou. Cardiologistas do Hospital Geral de Massachusetts publicaram, nesta segunda-feira (12/6), um estudo que mostrou que o consumo leve ou moderado de álcool pode diminuir o risco de doenças do coração.O curioso é que o benefício cardíaco não é observado na forma que o álcool afeta o coração, mas sim o cérebro. De acordo com os pesquisadores, beber com parcimônia é capaz de reduzir o estresse cerebral e isso tem bons reflexos na saúde do sistema circulatório. A questão chave é justamente a quantidade: em excesso, o que se observa são efeitos ruins.Qual a dose que traz benefícios?
O estudo levou em consideração informações de 53 mil voluntários para selecionar 713 para exames de imagem que escanearam a intensidade de suas atividades cerebrais e de seus batimentos cardíacos. Os voluntários foram divididos em cinco faixas de consumo de álcool diário, considerando cada dose como aproximadamente 10 gramas de álcool (encontradas em 300 ml de cerveja ou de 100 ml de vinho). Os cinco grupos foram: nenhum, leve (de 1 a 6 drinks semanais), moderado (de 7 a 14), alto (de 15 a 28) e exagerado (mais de 28 bebidas por semana).De acordo com a pesquisa, que foi publicada na edição de junho do Journal of the American College of Cardiology, o consumo moderado foi a faixa que mostrou atividade cerebral mais tranquila, enquanto o exagerado foi a de maior estresse. O consumo leve também pontuou melhor que nenhuma dose semanal.O estudo ainda apontou que, entre os que alegavam consumir quantidades leves ou moderadas de álcool, a frequência de ataques cardíacos e de AVCs era menor que nas outras faixas. Em pessoas com ansiedade diagnosticada, o consumo de álcool moderado fazia os casos de picos de pressão caírem pela metade.Os riscos de beber
Ainda assim, os médicos que participaram do estudo disseram que é preciso ter cuidado ao levar a pesquisa para a mesa do bar. “Não estamos defendendo o uso de álcool para reduzir o risco de ataques cardíacos ou derrames devido a outros efeitos preocupantes do álcool na saúde”, disse o cardiologista Ahmed Tawakol, líder do estudo.“Queríamos entender como o consumo leve a moderado reduz as doenças cardiovasculares, conforme já havia sido demonstrado por vários outros estudos, e conseguimos associá-lo ao estresse. O objetivo é encontrar outras abordagens que possam replicar ou induzir os efeitos protetores do álcool sem os impactos adversos do abuso da bebida”, diz ele.Mais do que uma taça de vinho, os médicos que participaram do estudo indicam exercícios físicos, meditação e terapias farmacológicas para a redução de estresse. As três técnicas serão, inclusive, estudadas agora para observar se levam aos mesmos benefícios cardiovasculares.Fonte: Metrópoles