As pessoas que vivem com HIV e atingem um nível indetectável de vírus pelo uso contínuo de terapia antirretroviral não transmitem o HIV para seus parceiros sexuais, segundo afirma uma nova pesquisa publicada neste domingo (23/7) na revista The Lancet.O estudo, conduzido por pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Global Health Impact Group, mostra também o baixo risco de transmissão vertical do vírus das mulheres para seus filhos – durante a gestação, parto ou amamentação.“A terapia antirretroviral continua a transformar a vida das pessoas que vivem com HIV. As pessoas que vivem com HIV que são diagnosticadas e tratadas precocemente, e tomam a medicação conforme prescrito, podem esperar ter a mesma saúde e expectativa de vida que suas contrapartes HIV negativas”, afirma a OMS.O estudo com as novas orientações científicas e normativas sobre o HIV foi lançado durante a 12ª Conferência Internacional da Sociedade Internacional de Aids (IAS) sobre Ciência do HIV.“Por mais de 20 anos, países de todo o mundo confiaram nas diretrizes baseadas em evidências da OMS para prevenir, testar e tratar a infecção pelo HIV. As novas diretrizes que estamos publicando hoje ajudarão os países a usar ferramentas poderosas com o potencial de transformar a vida de milhões de pessoas que vivem com HIV ou correm o risco de contrair o HIV”, disse o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.HIV suprimido
No final de 2022, 29,8 milhões das 39 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo faziam tratamento antirretroviral (76% da população com HIV). Aproximadamente três quartos dos pacientes (71%) encontravam-se com o vírus suprimido.A supressão da carga viral em crianças vivendo com HIV, no entanto, é de apenas 46%.As novas evidência indicam um risco insignificante, ou quase zero, de transmissão do HIV quando uma pessoa tem uma medida de carga viral de HIV suprimida, ou seja, menor ou igual a mil cópias por mL de sangue.“Isso significa que, para aqueles com supressão viral, sua saúde está bem protegida e eles não correm o risco de transmitir o HIV para outras pessoas”, afirma a OMS.Fonte: Metrópoles