

Uma pesquisa publicada em 11 de julho na revista científica Journal of the American Medical Association mostrou uma nova opção promissora para quem quer abandonar o vício em cigarros. Elaborado a partir de uma planta, o medicamento citisiniclina se provou eficiente para fazer as pessoas pararem de fumar.Durante a fase 3 do estudo clínico — a última obrigatória para a aprovação de um medicamento —, a citisiniclina conseguiu fazer com que 25,3% dos usuários deixassem de fumar completamente. O tratamento durou seis semanas, e os voluntários tomaram o remédio diariamente.A pesquisa também testou um tratamento de 12 semanas: nesse cenário, 32% dos participantes deixaram de fumar e 21% continuaram sem cigarro nos seis meses seguintes. Já entre os voluntários que fizeram metade do tempo de tratamento, a abstinência após um semestre foi de 9%.A pesquisa está sendo feita pelo Massachusetts General Hospital (MGH), nos Estados Unidos. Caso seja aprovado, o remédio será a primeira novidade a chegar às prateleiras para tratamento do tabagismo em 20 anos nos EUA.“O cigarro continua sendo a principal causa evitável de morte em todo o mundo. Existe uma necessidade urgente de novos medicamentos para tratar o tabagismo porque os produtos existentes não ajudam todos os fumantes e podem ter efeitos colaterais inaceitáveis”, explica a médica Nancy Rigotti, diretora de pesquisa anti-tabagismo do MGH e líder do estudo.Como o remédio diminui a vontade de fumar?
Não foram registrados efeitos colaterais graves por nenhum dos participantes a não ser os típicos da privação de nicotina, como náusea e insônia. A citisiniclina atua se conectando a receptores cerebrais viciados em nicotina e alivia o desejo de fumar sem injetar novas doses de nicotina no corpo.O remédio é produzido a partir da citisina, um extrato retirado da planta Laburnum anagyroides, popularmente conhecida como chuva dourada, que tem flores amarelas que nascem em ramos. O fitoterápico é vendido por várias empresas para parar de fumar, mas não havia sido testado com rigor científico até o momento.Fonte: Metrópoles