

A TV Globo está sendo acusada de transfobia e está recorrendo para não pagar a indenização de R$ 1 milhão. Acontece que, em 2019, o “Fantástico” exibiu uma reportagem sobre um homem transexual que foi morto em 2018, após viver mais de 50 anos com documentos falsos. No entanto, eles se referiram à vítima como “uma mulher que se passava por homem”.Logo depois, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo decidiu processar a emissora dos Marinho, afirmando que o termo correto a ser usado seria “homem transexual”. Segundo a instituição Ibrat (Instituto Brasileiro de Transmasculinidades), o programa usou um termo preconceituoso e desrespeitou Lourival Bezerra.Segundo informações obtidas com exclusividade pelo site Notícias da TV, a TV Globo recebeu uma intimação dias depois da matéria ter sido exibida para o Brasil, em fevereiro de 2019. Ainda assim, a edição do “Fantástico” em que a matéria foi ao ar ainda está disponível na Globoplay. Porém, a reportagem sobre Lourival, em específico, foi deletada. De acordo com o portal, o streaming deixou apenas um aviso: “Esta versão foi modificada em sua versão web”, mas não detalhou qual a modificação.TV Globo ainda mantém matéria no ar
No entanto, a matéria acabou sendo tirada da ‘pasta’ do “Fantástico”, na plataforma do Globoplay, mas usuários ainda conseguem achar na parte do Jornal Anhanguera 1ª Edição, telejornal da TV Anhanguera (afiliada da Globo em Goiás e Tocantins). Eles exibiram um dia depois e repetiram a mesma frase: “Um segredo íntimo, guardado por muitos anos, traz problemas agora para uma mulher que passou a vida inteira vivendo como homem”.O texto apresentado no jornal local de São Paulo pela Lilian Lynch, acabou sendo quase o mesmo narrado pela então jornalista do “Fantástico”, Poliana Abritta. “Você vai conhecer hoje o segredo de Lourival. Mulher se passa por homem durante 50 anos. Nem a família sabia”, afirmou ela. Agora, a audiência para bater o martelo está marcada para o dia 31 de agosto deste ano.Quem é Lourival Bezerra?
Lourival Bezerra era um idoso transexual, que morreu aos 78 anos, em 2018, após um infarto fulminante. Quando os socorristas recolheram o corpo do senhor, perceberam que ele havia nascido com um gênero diferente daquele com o qual ele se identificava. Depois que ele morreu, a Polícia Civil investigou e descobriu que todos os documentos dele com dados no masculino eram falsos.Outro fato curioso no caso é que ele morava com outra mulher e adotou os filhos da moça, mas os dois nunca tiveram relações sexuais. Segundo o portal, a família da de Lourival também não sabia que ele tinha nascido com o gênero feminino.Fonte: Em off