Neurologistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, afirmam ter desvendado onde está o mecanismo que ativa e desativa a libido masculina. A descoberta pode levar à criação de novos medicamentos para tratar a falta de desejo ou seu excesso.
Em um experimento feito com camundongos, os pesquisadores mapearam um circuito cerebral que é acionado pela presença de uma fêmea. “Identificamos um circuito no cérebro dos mamíferos machos que controla o reconhecimento sexual, a libido e o comportamento de acasalamento”, afirmou o principal autor do estudo, Nirao Shah, em artigo publicado na sexta-feira (11/8), na revista Cell.
O circuito cerebral está localizado no hipotálamo pré-óptico. Antes do achado, sabia-se que a região estava ligada ao comportamento sexual, mas a rota do desejo no cérebro não estava tão clara.
Período de baixa libido
Praticamente todos os mamíferos machos, incluindo o homem, perdem o desejo sexual logo após a ejaculação, entrando em um período refratário ao sexo. Entre os camundongos usados no estudo, o período refratário padrão dura cinco dias. Ao estimularem alguns dos neurônios do hipotálamo pré-óptico, os cientistas levaram ratos que estavam no período refratário a repetirem imediatamente o ritual de acasalamento.“Demorou um segundo ou menos para eles retomarem a atividade sexual. É uma redução de mais de 400 mil vezes no período refratário”, explicou Shah.
Pílula do sexo
Os cientistas acreditam que a descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de medicamentos que reestabeleçam a libido, estimulando o circuito em homens que enfrentam a falta de desejo sexual. Da maneira semelhante, uma droga poderia ser criada para bloquear os mesmos neurônios em homens com impulsos sexuais hiperativos.“Se esses centros existem em humanos – e agora sabemos onde procurar – deve ser possível projetar pequenas moléculas que possam ser usadas para regular esses circuitos”, considera Shah.A medicação futura seria diferente dos inibidores da fosfodiesterase, usados no tratamento da disfunção erétil. Em vez de aumentar o fluxo sanguíneo no pênis, elas amplificariam ou reprimiriam diretamente a área específica do cérebro que controla o desejo sexual.
Fonte: Metrópoles