Uma mulher de 65 anos, diagnosticada com câncer de colo de útero, expeliu o próprio tumor em meio a uma crise de dor. O caso ocorreu na última quinta-feira (31/8), enquanto Anadia Maria Souza Moura era atendida no pronto-socorro do Hospital Municipal Pedro II, no Rio de Janeiro.
“A minha mãe pariu o tumor quando foi colocada na maca. Ele veio com tudo. Os enfermeiros não acreditaram no que estava acontecendo”, conta Adriana Souza Moura, filha de Anadia, ao Metrópoles.
Anadia foi diagnosticada em 4 de agosto com câncer em estágio avançado. Desde então, ela vinha sendo atendida no Hospital Mário Kroeff – instituição filantrópica referência no tratamento de câncer. A internação no Hospital Municipal Pedro II ocorreu após ela sofrer uma crise de dor em casa.
Agora a família luta para conseguir transferi-la para o Hospital Mário Kroeff, mas as duas unidades de sáude não conseguem chegar a um consenso sobre a transferência. Segundo Adriana, a equipe do Pedro II se nega a entregar o tumor, um pré-requisito para a internação no Mário Kroeff.
Segundo Adriana, Anadia estava gritando de dor em casa, com a barriga e as pernas muito inchadas e foi levada para o hospital mais próximo. “Queriam liberar a minha mãe para casa depois da medicação para dor, mas ela continuou com dor. Ela gritava que estava saindo alguma coisa, mas a enfermeira falou que isso era impossível”, lembra.
Adriana afirma que depois do susto a mãe acabou sendo internada na instituição. A barriga e as pernas de Anadia desincharam, mas os médicos teriam afirmado que, sem saber o real estado do útero, a paciente é uma “bomba relógio”, o que inviabilizaria uma alta ou transferência.
Com quem fica o tumor?
A família denuncia que após o tumor ser expelido, ele foi entregue à paciente em um saco com um líquido para conservação, sob a orientação de ser enviado para análise. Momentos depois, após a troca da equipe de plantão, o tumor foi recolhido com a justificativa de que seria enviado para pesquisa.
“Falaram que precisavam ficar com a peça para estudo porque o caso era inédito, nunca tinha acontecido, mas não assinamos nada”, recorda Adriana.
A família tenta que Anadia seja transferida para internação no Hospital Mário Kroeff, para continuar com os cuidados e acompanhar a situação da doença, uma vez que ela segue com sangramento vaginal. O hospital, no entanto, estaria exigindo o tumor para análise.
Anadia tem uma consulta marcada no Hospital Mário Kroeff na próxima sexta-feira (8/9), mas a família ainda não sabe se ela poderá ser internada. “Eles disseram que ela não pode ficar internada, mas pode ir para a consulta que já estava marcada para avaliação, fazer exames e ver o que será feito, e depois tem que voltar para casa”, afirma Adriana.
“O tumor saiu inteiro, mas a minha mãe ainda está sangrando e a gente precisa saber se ficou alguma metástase”, conta.
O Hospital Municipal Pedro II e o Hospital Mário Kroeff foram procurados, mas não responderam até a publicação da reportagem.
Fonte: Metrópoles