O prefeito de Boa Vista (RR), Arthur Henrique (MDB), anunciou nessa segunda-feira (25/9), o cancelamento do show de Johnny Hooker na cidade, após religiosos resgatarem uma apresentação em que o artista disse que Jesus Cristo seria “travesti, transexual e bicha”. O político afirmou que após pressão nas redes sociais, resolveu cancelar a apresentação do músico, que se mostrou indignado e classificou o episódio como LGBTfobia.
Hooker se apresentaria no evento Mormaço Cultural 2023, que irá ocorrer entre os dias 26 e 1º de outubro na capital de Roraima. As atrações foram escolhidas pelos moradores da cidade em uma votação, porém, o prefeito vinha sendo criticado por grupos conservadores e religiosos da cidade, que passaram a compartilhar um vídeo de 2018 em que Hooker diz que Jesus é travesti, fazendo com que ele vetasse a apresentação.
“E eu estou aqui hoje para dizer para vocês que Jesus é travesti, sim, Jesus é transexual, sim, Jesus é bicha, sim”, disse Hooker na ocasião.
“Neste final de semana, uma das atrações [Hooker] foi desaprovada por muitas pessoas através de manifestações públicas. Eu estava fora do Brasil, em um evento de primeira infância, e no meu retorno, sábado, me deparei com esses questionamentos. Eu quero pedir desculpas”, diz o prefeito Henrique em vídeo publicado em suas redes sociais.
“Respeito é algo que não abro mão. Todos sabem dos meus princípios e dos meus valores e, como prefeito, sempre vou fazer o melhor pelas pessoas e pela cidade de Boa Vista. De imediato iniciamos as tratativas jurídicas e, a meu pedido, a Fetec [Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista] cancelou essa atração do festival”, completa.
Resposta de Johnny Hooker
Também através das redes sociais, o artista afirma que ele e sua equipe estão completamente devastados com o ocorrido e que estão estudando as medidas judiciais cabíveis. Ele também pede aos demais artistas que participarão do festival, como Duda Beat, Xamã e Vanessa da Mata, que se pronunciem.
“O meu show é um show de respeito, de celebração da diversidade, que incita a palavra do amor e do respeito a todos”, afirma Hooker, além de que classificar o episódio como “vitória da LGBTfobia, do extremismo religioso e do conservadorismo no Brasil”.
Fonte: Metrópoles