O deputado estadual e ex-senador Eduardo Suplicy (PT) recebeu o diagnóstico da doença de Parkinson no final do ano passado. Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, o político compartilhou que sofre com sintomas iniciais da condição.No atual estágio, o político contou que sente tremores nas mãos e desconfortos musculares na perna esquerda. Em fevereiro, Suplicy começou a tomar um remédio à base de cannabis como parte do tratamento para controlar os sintomas do Parkinson.Segundo a médica Paula Vinha, integrante da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinóide (APMC), é possível conseguir formulações à base de cannabis que estimulem a produção de dopamina, o hormônio cuja falta é associada ao desenvolvimento do Parkinson.“Sabemos que o Parkinson está ligado à redução do neurotransmissor dopamina no corpo do paciente. Os componentes da cannabis (CBD e THC), por sua vez, são capazes de melhorar os níveis do hormônio, minimizando os sintoma e diminuindo a progressão da doença”, explica Paula.Efeito protetor para os neurônios
A médica acrescenta que a medicação à base de cannabis pode melhorar a qualidade de vida do paciente com Parkinson, pois promove maior equilíbrio do sistema endocanabinoide do corpo, esse sistema ajuda a regular e a modular as emoções, a sensação de dor e a reação a processos inflamatórios, entre outros.“Por ter função neuroprotetora, a cannabis desacelera o avanço do Parkinson e diminui tremores e rigidez. O tratamento tem por objetivo dar funcionalidade e qualidade de vida ao paciente, bem como impedir a progressão da doença”, afirma a especialista.Pesquisas científicas
Em pesquisas científicas tanto o CBD como o THC se mostraram promissores em recuperar parcialmente neurônios perdidos para o Parkinson, impedindo ou retardando a progressão da condição. Entre os benefícios, percebeu-se a diminuição dos tremores e da rigidez, além de consequências comuns da condição médica, como a ansiedade e os transtornos do sono.Fonte: Metrópoles