A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta terça-feira (26/9), a aprovação de uma nova indicação de uso do Wegovy. Agora, o medicamento poderá ser usado por crianças e adolescentes com idades a partir de 12 anos. No entanto, as vendas no Brasil ainda não começaram.
O remédio usa a semaglutida, o mesmo princípio do Ozempic, para tratar o sobrepeso e a obesidade. O diferencial do Wegovy é que a dose de semaglutida é mais alta, até o triplo do Ozempic, promovendo uma redução do peso corporal mais intensa.
O Wegovy foi aprovado em janeiro deste ano para o público adulto (acima de 18 anos), mas até agora a fabricante Novo Nordisk não tem nenhuma previsão de quando iniciará as vendas no Brasil.
No início deste mês, o CEO da companhia deu uma entrevista afirmando que a demanda pelos remédios com a semaglutida como princípio é alta demais e, como o tratamento deve ser contínuo, as vendas devem iniciar apenas quando houver a certeza de que a empresa poderá suprir a procura.
A endocrinologista Deborah Beranger, do Rio de Janeiro, ressalta os efeitos positivos do Wegovy. “Não é só uma questão de perder medidas. Essa medicação tem o benefício de reduzir gordura visceral e com isso diminuir o risco de infarto e AVC, que são as principais causas de morte em quem tem sobrepeso e obesidade”, afirma a médica.
Como o Wegovy age?
O medicamento imita a ação de um hormônio do corpo humano, o GLP1. Este hormônio está associado à regulação dos níveis de açúcar no corpo, além de atuar como um inibidor de apetite.
Em ensaios clínicos realizados com adolescentes, o medicamento injetável levou a uma redução média de 16% do índice de massa corporal (IMC) em jovens a partir de 12 anos, levando mais da metade deles a deixar de ser obesos após 68 semanas de tratamento. O Wegovy só pode ser usado com recomendação médica.
Custo-benefício do tratamento
O Wegovy está à venda nos Estados Unidos desde 2021. O tratamento custa em média o dobro do Ozempic, que no Brasil sai a cerca de R$ 1 mil para cada mês de aplicações.
“O custo total do tratamento é alto, ainda mais para um medicamento para uso por tempo prolongado, mas os efeitos são imensos já que ajudam pessoas que não conseguiram emagrecer com outros métodos a equilibrar seu peso”, aponta a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Fonte: Metrópoles