A hemorragia pós-parto atinge 14 milhões de mulheres por ano e, destas, cerca de 70 mil morrem. Na quarta-feira (9/10), a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um plano internacional para combater o problema que – na maioria das vezes, é evitável.
Conidera-se que há hemorragia pós-parto quando ocorre uma perda sanguínea superior a meio litro de sangue no parto normal ou um litro de sangue na cesária. A hemorragia pós-parto é a principal causa mundial de mortes maternas, apesar de ser tratável.
Para a obstetra Wilza Márcia Ferreira Batalha, coordenadora do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Anchieta Ceilândia-DF, a perda de sangue não é tão facilmente quantificácel durante o parto, por isso os médicos devem estar atentos a outros sinais.
“Se o útero não contrai como esperado no pós-parto, se há feridas ou hematomas, retenção do tecido placentário ou condições prévias que impedem a coagulação, devemos pensar estratégias que nos ajudem a não perder a hora de ouro. O controle em tempo hábil é o tratamento mais eficiente para o problema”, exemplifica Wilza. A hora de ouro corresponde há uma hora após o parto quando as condições para estancar os sangramentos são mais propícias.
O plano da OMS
O plano da OMS busca criar um protocolo internacional para evitar que mulheres morram de hemorragias pós-parto. O tratamento com o hormônio ocitocina é efetivo e de baixo custo.
“Este novo roteiro traça um caminho para um mundo em que mais mulheres tenham um parto seguro e um futuro saudável com as suas famílias”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus
Para Tedros, a grande vantagem desta medida é reduzir as desigualdades nas mortes por hemorragia pós-parto, já que embora esta condição ocorra com mulheres de todo o mundo, 85% das mortes se concentram no sul da Ásia e na África Subsaariana.
Como evitar a hemorragia pós-parto?
A OMS recomenda que médicos de todo o mundo estejam atentos aos fatores de risco: anemia, anomalias placentárias e outras complicações na gravidez, como infecções e pré-eclâmpsia.
Criado por 130 médicos, o plano recomenda que se faça o monitoramento de fatores de risco durante o pré-natal e que se acompanhe a mãe nas horas posteriores ao nascimento.
“Todas as mulheres, não importa onde vivam, devem ter acesso a cuidados de maternidade oportunos e de alta qualidade, com profissionais de saúde qualificados, equipamento essencial e prateleiras abastecidas com produtos adequados”, defende o médico Pascale Allotey, Diretor da OMS para a Saúde Sexual e Reprodutiva.
O Roteiro para combater a hemorragia pós-parto entre 2023 e 2030 descreve metas e atividades anuais. As ações prioritárias incluem:
O desenvolvimento de cartilhas de prevenção, detecção e tratamento da hemorragia pós-parto;
A investigação para aumentar o acesso aos tratamentos;
A formação e a sensibilização profissional;
Melhorias nas instalações de saúde.
Fonte: Metrópoles