A estiagem prolongada em algumas cidades do Brasil já ultrapassa os 150 dias, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em 34 municípios do país, o último registro de chuva aconteceu há mais de cinco meses.
O levantamento feito pelo Inmet é atualizado diariamente, e os dados disponibilizados à reportagem referem-se ao quadro de quarta-feira (25/9). As cidades que lideram o ranking ficam em Minas Gerais. Elas já ultrapassaram os 170 dias sem chuva.
Em primeiro lugar aparece Pompéu (MG), município que fica a 174 quilômetros de Belo Horizonte. Há quase seis meses – 175 dias, exatamente –, os moradores da cidade não presenciam uma chuva. A última precipitação, de acordo com o Inmet, ocorreu no dia 3 de abril.
Na sequência, aparecem Montalvânia, com 173 dias, Januária e Montes Claros, empatadas com 172 dias. Essas três cidades ficam no norte do estado. A última vez que choveu por lá foi em 5 e 6 de abril. O ranking segue com cidades de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Bahia e Distrito Federal.
Veja quais são as 34 cidades que estão há mais de 150 dias sem chuva:
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Brasília está perto de bater recorde histórico
A meteorologista do Inmet Danielle Ferreira destaca a situação de Brasília. A capital federal aparece no ranking entre as 30 cidades do Brasil há mais tempo sem chuva e se aproxima de um recorde histórico, caso não chova nos próximos dias.
A cidade está há 155 dias sem registro de precipitação – a última foi em 23 de abril. Este já é o segundo maior período de estiagem da história da capital. Se não chover nos próximos oito dias, será batido o recorde de 1963, quando o Distrito Federal ficou 163 dias sem chuva, conforme os dados do instituto.
“Fizemos um levantamento para Brasília e vimos que, realmente, os períodos sem chuva têm aumentado na cidade. A quantidade de dias deste ano só perde para o recorde de 1963. A última vez que teve um período tão rigoroso assim foi em 2004, com 147 dias sem registro de chuva”, cita Danielle.
Há 20 anos, portanto, os moradores de Brasília não enfrentavam estiagem tão severa. Em 2023, por exemplo, a chuva não apareceu durante 69 dias. Em 2022 e 2021, foram 133 e 76, respectivamente.
As previsões, segundo Danielle Ferreira, indicam chances maiores de chuva a partir do início de outubro. As altas temperaturas devem continuar, mas com registros de precipitação em áreas de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Sul de Minas e centro-norte do Brasil.
Setembro, até então, teve duas ondas de calor, o que contribuiu para acirrar a estiagem. Em 2023, o mês teve uma onda apenas, entre os dias 18 e 29, com recorde de temperatura em São Romão (MG): 43,5ºC.
Desta vez, a primeira onda de calor ocorreu entre 2 e 13 de setembro, com registro de baixas umidades, a exemplo dos 7% registrados no Distrito Federal, em Morrinhos (GO) e em Ituiutaba (MG), no dia 3. A segunda onda começou no domingo (22/9) e deve durar até o fim de semana, caracterizando-se pelas altas temperaturas.
Até então, a maior temperatura do ano no Brasil, segundo o Inmet, foi verificada em Cuiabá (MT), com 43,1ºC. Para a cidade, no entanto, que é conhecida pelo calorão, esse número ficou abaixo do recorde computado em 2020, quando atingiu 44ºC no dia 30 de setembro.
Fonte: Metrópoles