A música, que faz parte da rotina de muitas pessoas, ganhou uma nova perspectiva: cientistas norte-americanos descobriram que cantar uma música favorita por apenas dez minutos pode ajudar a reverter os efeitos de doenças cardíacas.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Wisconsin, nos Estados Unidos, investigaram como cantar diferentes músicas afeta os vasos sanguíneos de idosos com problemas no coração. O estudo foi publicado no periódico médico medRxiv em 27 de julho e descobriu que o hino Amazing Grace é o que mais ajuda.
O grupo de cientistas recrutou 65 participantes, a maioria na faixa dos 60 anos, que estavam sendo tratados para problemas cardíacos ou que já tinham sofrido um ataque cardíaco.
Orientados por um treinador de canto, os participantes cantaram quatro músicas enquanto os pesquisadores monitoravam as alterações no fluxo sanguíneo, um indicador crucial da saúde vascular. As músicas escolhidas pelos cientistas foram: Hey Jude, dos Beatles; Amazing Grace, de John Newton; Jolene, de Dolly Parton; e This Land Is Your Land, de Woody Guthrie.
Os voluntários participaram de três sessões distintas em visitas espaçadas de dois a sete dias: a primeira consistiu em 30 minutos de canto com a orientação de um musicoterapeuta; a segunda, em 30 minutos acompanhado por um vídeo instrucional; e a terceira foi um período de meia hora de descanso.
Os resultados mostraram que 22% dos voluntários apresentaram melhora no fluxo sanguíneo ao cantar “Amazing Grace”, composta por John Newton em 1772. Em contraste, apenas 10% experimentaram melhorias ao cantar “This Land is Your Land”. Já “Hey Jude”, lançada em 1968, e “Jolene”, de Dolly Parton, de 1976, promoveram apenas pequenas melhorias.
Por que isso acontece?
Os autores explicaram que o esforço físico e emocional de cantar uma música muito especial pode explicar os benefícios observados em comparação com outras músicas menos impactantes.
“As demandas fisiológicas do canto são comparáveis às de caminhar em um ritmo moderadamente rápido e descobrimos que Amazing Grace teve o maior efeito”, disseram.
Os especialistas sugerem que cantar deve ser considerado uma intervenção terapêutica acessível e segura para idosos que podem ter limitações físicas que os impedem de praticar exercícios tradicionais. “Estudos futuros devem explorar a resposta vascular sustentada ao canto ao longo de semanas a meses e explorar o potencial dos efeitos”, acrescentam os pesquisadores.
Fonte: Metrópoles