Vivienne Westwood nunca teve medo de provocar, e um dos exemplos mais marcantes dessa ousadia foi o uso de símbolos fálicos nos próprios desfiles. A estilista britânica, conhecida como a “mãe do punk”, explorou, por décadas, os limites entre o choque e a elegância. Na passarela, acessórios inusitados já foram desfilados. Atualmente, mesmo após a morte da designer, a marca segue com a mesma essência.
Ao longo da carreira, Vivienne Westwood redefiniu o punk. Inspirada por movimentos subversivos, ela introduziu no vestuário um símbolo que poderia, facilmente, ser visto como vulgar, mas que, nas mãos da designer certa, ganhou uma dimensão estética e um sentido mais profundo de desafio às convenções.
A inclusão de pingentes de pênis cravejados em peças desfiladas e de colares com o mesmo símbolo passou a representar não apenas o poder de contestação da moda punk, mas também uma crítica velada aos códigos rígidos da alta moda e da masculinidade.
No site oficial da grife, novos modelos, nas tonalidades dourado e prata, foram adicionados. O formato, desta vez, é mais discreto e simples. Porém, ainda chamativo.
E a irreverência de Westwood não se limitou a um desfile específico. Até mesmo após o falecimento da estilista, a marca, que segue ativa, decidiu manter esse espírito rebelde da britânica nas produções.
Isso porque os acessórios surgiram como um símbolo de poder e liberdade criativa, para deixar ainda mais claro o posicionamento da estilista em desafiar normas e explorar o que ainda é considerado tabu.
Porém, vale ressaltar que o uso de elementos provocativos na moda não é novo e nem limitado a ela. Criadores como Raf Simons e Rick Owens já haviam explorado o uso do formato de pênis nas passarelas bem antes. A proposta, no entanto, não era a mesma: a designer sempre foi uma artista da contracultura.
A apropriação dos símbolos fálicos serviu como uma provocação direta aos valores estabelecidos na época. Enquanto homens desfilavam com colares de pênis, as roupas que complementavam o visual tinham uma pegada mais fluída e agênero — quase como uma ironia visual ostentar tanta masculinidade no pescoço ao mesmo tempo que quebra padrões estéticos.
Para Vivienne Westwood, o choque não era apenas uma ferramenta, mas uma linguagem própria. Com o relançamento de versões mais discretas desses acessórios em formato fálico, a marca continua a prestar homenagem a uma visão de moda que questiona e instiga. Mesmo com o tom mais contido, as peças ainda carregam o espírito ousado e a identidade punk que a estilista moldou.
Por: Metrópoles