O cigarro de palha faz parte da cultura brasileira antes mesmo do país ter o nome que tem. Ele é feito artesanalmente, composto por um punhado de fumo de corda picado envolto por palha de milho. O fumo tinha maior predominância em zonas rurais, mas tem se tornado cada vez mais popular no meio urbano.Contudo, o fato de ser artesanal não torna o cigarro de palha menos prejudicial do que o tabaco industrializado. A oncologista Janice Farias, do Centro de Câncer de Brasília, destaca que não há fumo menos agressivo, pois todos – os eletrônicos, narguilés, industriais e os de palhas – têm malefícios.“Na verdade, o cigarro de palha é pior do que o cigarro convencional. Fumar um cigarro de palha equivale a três industriais. Ele não tem filtro, o grau de dependência é alto e ele age rápido, a palha que o envolve é altamente inflamável”, explica Farias.O fato de não ter filtro faz com que uma quantidade maior de impurezas seja tragada. O alcatrão e a nicotina, presentes no fumo, agem desenfreadamente no organismo ao não serem filtradas.“Vejo que algumas pessoas colocam piteiras na ponta do cigarro de palha, mas não ela não tem a mesma eficácia que um filtro. As impurezas continuam a passar”, diz a oncologista.Relação com doenças
O hábito de fumar cigarro de palha está associado ao desenvolvimento do câncer de pulmão, bexiga, boca, laringe e faringe. Também é um fator de risco para infarto, AVC e doenças pulmonares. “Perceba o quão nocivo ele é. Aí está a importância em desmistificar a ideia de que artesanal não é prejudicial”, enfatiza a especialista.Vale lembrar que o vício em fumar merece atenção médica, pois a dependência em nicotina é considerado um transtorno. A médica destaca sinais de alerta para identificar um dependente, como:Fumar logo ao acordar;
Ter sempre um cigarro consigo, seja na bolso, bolso, mochila ou carro;
Fumar cada vez mais em períodos de tempos mais curtos;
Associar atividades diárias ao fumo, como tomar café e depois fumar;
Ver outras pessoas fumando e ter vontade de fumar também.
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