“Volta o cão arrependido…”. Após novo pico de casos da Covid-19, muitos estados voltaram a endurecer as restrições na pandemia. É o exemplo do Distrito Federal, que na última semana decretou, novamente, o lockdown na região.
Uma vez que muitas pessoas tiveram a sensação de voltar à estaca zero, muitas preocupações do início da pandemia voltaram com força, como medo, ansiedade, entre outras.
Não é novidade que o sexo é uma das áreas que mais são atingidas pelas consequências de um lockdown. Enquanto para muitas pessoas o problema é o tesão acumulado por não encontrar ninguém, para outras – que muitas vezes passam a quarentena com seus parceiros – é a falta dele.
De acordo com o terapeuta sexual André Almeida, a falta de libido pode acontecer por diversos fatores, principalmente em meio à quarentena.
“A hiper convivência, questões mal resolvidas, problemas financeiros que podem surgir e o próprio medo e ansiedade do período atual são questões importantes para interferir em uma relação”, explica.
E quando a relação não está muito boa, o sexo pode ser um dos primeiros afetados. Ainda segundo o especialista, o que pode diminuir é tanto a vontade sexual geral da pessoa quanto a circunstancial, que é voltada para o parceiro.
O que fazer?
Ainda que seja uma situação séria, pode ser resolvida. E, ainda que pareça clichê, a principal ferramenta para reverter a situação é o diálogo. “Uma conversa clara é a principal forma de compreender o que o outro traz, para a partir daí traçar estratégias”, afirma.
A primeira coisa que o casal deve entender é se a falta de vontade sexual, seja de uma das partes ou das duas, vem de antes do surgimento do coronavírus e se agravou com a situação ou se começou depois da pandemia.
“A partir daí, o próximo passo é identificar, dentre os fatores citados que podem desencadear essa diminuição, quais são os que estão pesando no caso deles”, indica.
Além disso, é sempre importante investir na renovação do repertório sexual do casal. “É válido buscar coisas novas, dentro do que estamos podendo fazer nesse momento de quarentena. Novas posições, formas de estímulo, realizar fantasias, entre outras coisas”, sugere André.
Respeito > sexo
É de conhecimento geral que ter uma vida sexual saudável é muito importante. O que muita gente não sabe é que para ser saudável, ela não precisa ser, necessariamente, ativa. Ainda mais em momentos como o que o mundo passa atualmente.
De acordo com o terapeuta, o que pesa mais que o comportamento sexual em si é o companheirismo. “Em momentos de tensão e ansiedade, é importante que tenhamos um porto seguro. Que tenhamos na pessoa que confiamos e amamos uma forma de aliviar e lidar com aquilo. Pode ser com sexo, mas não necessariamente tenha que ser com ele”, explica.
André ressalta que o mais importante é o respeito entre as partes. “Nesses momentos de estresse e muita convivência é fácil descontar no outro, então é imprescindível manter o respeito”, finaliza.
Fonte: Metrópoles