São Bernardo do Campo – Pela primeira vez após ter tido as condenações anuladas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um discurso, seguido de entrevista coletiva. A manifestação do petista ocorre nesta quarta-feira (10/3), no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Antes de fazer o pronunciamento, subiu ao palco Wagner Santana, presidente do sindicato, pouco depois das 11h. Ao abrir o discurso, Lula disse esperar que todos estivessem de máscara. “Espero que todo mundo esteja de máscara, esteja se cuidando e que brevemente todos vocês tomem vacina.”
O ex-presidente lembrou o tempo em que esteve preso e afirmou que se entregou contra a vontade, mas não iria aparecer como fugitivo. “Como eu tinha clareza das inverdades contadas sobre mim, tomei a decisão de provar a minha inocência dentro da sede da PF, perto do juiz Moro”, disse.
“Fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história”, continuou.
Discurso adiado
Lula falaria na terça-feira (9/3), mas adiou após o Supremo Tribunal Federal (STF) pautar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro.
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça foi o responsável pela condenação em primeira instância do processo que tornou o ex-presidente inelegível.
Lula ficou preso 580 dias por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.
Nesse processo, ele foi condenado em 2018 a 12 anos e um mês de prisão na segunda instância. Ano passado, foi condenado novamente em segunda instância, desta vez no caso de Atibaia.
Em decisão unânime, o petista foi condenado a 17 anos e 1 mês de prisão também pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Com a decisão de Fachin, essas duas condenações foram imediatamente anuladas.
Entenda a decisão
O ministro do Supremo entendeu que as ações envolvendo o ex-presidente não poderiam ser julgadas pela Justiça Federal do Paraná, uma vez que os fatos apresentados não têm relação direta com o esquema de desvios na Petrobras, do qual Lula é acusado.
Fachin também argumentou que, desde o início da Operação Lava Jato, vários processos deixaram a Vara do Paraná pelo mesmo motivo.
Sendo assim, o ministro definiu que cabe à Justiça Federal do Distrito Federal decidir se os atos realizados nos processos envolvendo Lula podem ser validados ou reaproveitados.
A decisão de Fachin tem caráter processual. O ministro não analisou o mérito das condenações.
Fonte: Metrópoles