

O governo Biden vem mostrando que suas promessas em relação à comunidade LGBT realmente eram mais do que promessas.
Desde o início de seu governo – que acabou de começar – Biden nomeou o primeiro membro do gabinete presidencial LGBT da história dos EUA, aumentou as proteções contra discriminação LGBTQ+ para funcionários federais e reverteu quatro anos de ações executivas anti-LGBTQ do governo Trump, como a proibição de pessoas trans servirem o serviço militar do país, uma imposição transfóbica e arbitrária de Donald Trump.
E o governo Biden agora vai deu mais um passo adiante, revertendo a proibição – que já data de trinta anos – de doação de sangue e plasma por homens que fazem sexo com homens (HSH), homens gays e homens bissexuais. Biden tem o poder de agir sobre esta questão unilateralmente, sem precisar do Congresso e simplesmente atualizando esta medida antiquada da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos.
No início dos anos 1990, o FDA implementou uma proibição vitalícia para os homens que se relacionam com homens, devido ao maior risco dessa população de contrair o HIV, um vírus mortal na época.
A proibição vitalícia foi suspensa em 2015, mas substituída por uma regra de celibato de um ano para doações de sangue, o que na prática acabava sendo uma proibição também. Aí que em abril do ano passado, enquanto o coronavírus se espalhava por todo o país, o FDA reduziu a exigência para apenas três meses, o que ainda é discriminatório por se tratar apenas dos homens gays e bissexuais já que heterossexuais não precisam de qualquer celibato para doar sangue.
A proibição perpetua um estigma com o qual homens gays e bissexuais lidam há décadas. Como lembrou a matéria do Advocate, é verdade que o HIV afeta desproporcionalmente a comunidade LGBTQ +, mas o buraco é mais embaixo. Até porque heterossexuais foram responsáveis por mais da metade dos quase 38.000 novos diagnósticos de HIV em todo o país em 2018. De qualquer forma, o medo de sangue contaminado com HIV é desnecessário, já que o FDA faz a triagem de cada unidade de sangue doado em busca de doenças infecciosas antes de usar o material.
Agora, o governo Biden fez grandes avanços para a comunidade LGBTQ + durante as primeiras semanas de seu exercício. Ainda segundo o Advocate, Biden tem a capacidade de corrigir esse erro histórico, enquanto mantém a integridade dos requisitos de elegibilidade do doador de sangue.
Que os requisitos para doação de sangue sejam baseados na ciência e não no estigma que prejudica toda uma parcela da população onde há muitas pessoas disponíveis para ajudarem as outras com seu sangue.
Fonte: Põe na roda