Morreu, aos 38 anos, o médico psiquiatra Aníbal Okamoto Junior. Ele morava e trabalhava em Brasília e morreu na segunda-feira (22/12), no litoral do Paraná ao salvar as filhas de um afogamento. As meninas têm 12 e 9 anos. A família estava de férias e, no momento do acidente, nadava em uma área com pedras, na praia de Matinhos. As meninas foram salvas, mas Aníbal não conseguiu sair da água.
Conforme o Corpo de Bombeiros do Paraná, a ocorrência foi atendida por volta das 18h de domingo (21/12). “A situação envolveu um homem, de 38 anos, que entrou no mar acompanhado das duas filhas em uma área próxima às pedras de um espigão, fora do alcance de atuação dos postos de guarda-vidas. As crianças conseguiram sair da água pelas pedras, enquanto o homem passou a apresentar dificuldades”, informou a corporação.
Os bombeiros disseram ainda que Aníbal foi auxiliado por um surfista que estava no local e, posteriormente, retirado do mar pelos militares. Uma aeronave realizou o transporte do médico até a UPA de Praia Grande, onde foi constatado o óbito.
Quem foi Aníbal Okomoto
Aníbal Okamoto era médico da Secretaria de Saúde do DF desde 2013 e atuava no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD) de Santa Maria. Ele se formou em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB) no período de 2004 a 2010. Entre 2017 e 2020, realizou residência médica em Psiquiatria pelo Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), concluindo, também, a especialização em Pesquisa Clínica pela universidade americana Harvard T.H. Chan School of Public Health, em 2019.
“Profissional exemplar, ético, humano e comprometido com seus pacientes, Aníbal foi dono de um legado de dedicação e competência. Irá fazer imensa falta aos colegas, pacientes e a toda a comunidade de Santa Maria”, informou a SEES-DF em nota de pesar.
Aníbal também atuava em um Centro Clínico na Asa Norte e era médico do CAPS também em Valparaíso de Goiás.
Aníbal deixa a esposa, com quem vivia há 14 anos e duas filhas pequenas. O velório de Aníbal Okamoto será realizado nesta quarta-feira (24/12) no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul das 9h às 11h.
A morte de Anibal Okamoto foi lamentada por colegas, amigos e entidades de medicina no DF.
Alisson Marques, médico, amigo e sócio de Aníbal lamentou o precoce falecimento do colega. “Uma pessoa humana, acolhedora e dedicada aos pacientes. Um legado na Saúde Mental do Distrito Federal”, disse ao Metrópoles.
O Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF) emitiu nota de pesar e disse que Anibal foi um profissional dedicado e construiu uma trajetória marcada pelo compromisso com o cuidado. “Deixando uma contribuição relevante para a medicina e para todos os que tiveram a oportunidade de conviver com seu trabalho e sua humanidade. Neste momento de imensa dor, expressamos nossa solidariedade aos familiares, amigos, colegas de profissão e, de forma especial, às suas duas filhas, desejando que encontrem conforto, força e serenidade para atravessar este período tão difícil”, escreveu o CRM-DF.
A prefeitura de Valparaíso de Goiás, onde Anibal atuava como médico do CAPS, também emitiu nota de pesar.
“Dr. Aníbal dedicou sua vida ao cuidado com a saúde mental, acolhendo pessoas e famílias com profissionalismo, humanidade e compromisso com o bem público. Seu legado de serviço, empatia e respeito permanecerá vivo na memória de todos que tiveram a honra de conviver com seu trabalho”, informou a prefeitura em nota
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do médico. Conforme as investigações preliminares apuradas pela PCPR, a morte foi em decorrência de um afogamento, sem indícios de violência. “A PCPR aguarda a conclusão do laudo pericial para esclarecer as causas da morte e dar continuidade às diligências”, informou a corporação ao Metrópoles.
FONTE: METRÓPOLES








