Uma moradora de Ceilândia passou a não dormir bem e a ter crises de ansiedade desde que um motorista de Uber, com quem ela fez uma viagem, voltou ao lugar onde ela mora para acusar o filho dela, de 7 anos, de furtar a carteira dele durante a prestação do serviço. A mulher de 38 anos nega que o menino tenha levado o pertence do motorista e diz que se sente insegura e que teme pela vida do filho. Ela registrou um boletim de ocorrência contra o motorista de aplicativo.
A corrida aconteceu na última terça-feira (29/6). A mulher saiu do Setor O e seguiu para o Sudoeste, por volta das 15h, para ir ao dentista. No caminho, passou na loja onde a irmã dela trabalha, no JK Shopping, para deixar a criança. “Deixei meu filho, estava segurando uma bolsa e um brinquedo nas mãos, ele também um brinquedo grande e um pequeno, tenho as filmagens da loja, que mostram ele com o brinquedo na mão”, explica.
No dia seguinte, o motorista apareceu na frente da casa dela. “Ele dizia que eu tinha pago a corrida com o dinheiro dele. Achei que ele estava brincando, mas quando vi que era sério, gelei. É uma pessoa desconhecida, temi pela segurança minha e do meu filho”, contou a cliente.
Ela disse que o homem ficou fazendo as acusações durante meia hora. Quando percebeu que o motorista não iria embora, ela começou a filmar a conversar. As imagens foram entregues à polícia.
“Ele dizia que isso era coisa de criança, que criança é irracional mesmo”, conta a usuária. O filho dela presenciou o momento em que o motorista o acusou de furto. “Meu filho dizia ‘Mãe, eu não fiz isso, eu jamais pegaria nada’, mas ainda assim o homem insistia”, explicou.
A mulher é deficiente visual, tem apenas 20% da visão. Isso a impede de dirigir e dificulta até mesmo o uso de transporte público, o que faz com que ela recorra a corridas por aplicativo com frequência.
“Sempre uso Uber, mas agora estou com medo. No dia seguinte eu deveria voltar na dentista, mas faltei. Ontem tive uma crise de ansiedade desesperadora”, afirmou. “Esse homem só pode ser maluco, como ele vai na casa de alguém acusar de qualquer coisa?”, questiona a usuária. Ela reportou o caso à Uber, mas recebeu apenas um e-mail afirmando que a conduta do motorista não estava de acordo com as políticas da empresa.
“Esperava um posicionamento mas forte da Uber, que me ligassem, que dessem alguma satisfação”, conta a moradora. A reportagem procurou a empresa para comentar o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
O caso é investigado pela 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia). Os agentes orientaram a mulher a chamar a polícia imediatamente, caso veja o motorista de Uber nas imediações da sua casa.
Posicionamento
A Uber espera que motoristas parceiros e usuários não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem lesados ou ameaçados. É importante também fazer um Boletim de Ocorrência para que os órgãos competentes tenham ciência do ocorrido e possam tomar as medidas cabíveis. A Uber sempre permanece à disposição das autoridades para colaborar no curso de investigações, observada a legislação brasileira aplicável.
Fonte: Metrópoles