

Este é um ano histórico na TV Globo, um momento em que, em meio a uma crise nacional que atingiu em cheio o setor do entretenimento, ela soube se renovar e rejuvenescer.
A última vez que a emissora mais poderosa do país passou por uma grande transformação foi em 1999. De uma só vez, ela contratou Ana Maria Braga (Record), Luciano Huck (Band), Serginho Groismann (SBT) e Jô Soares (SBT). Mas o momento era outro e os objetivos também.
Na época, os cofres estavam abarrotados e a Globo precisava de um cara menos carioca e mais nacional. Em 22 anos muita coisa mudou. A TV perdeu muita força e, principalmente, perdeu público jovem e virou um veículo de comunicação dos mais velhos.
E pior: a guerra contra o governo prejudicou demais a imagem da emissora, que deixou que a política sobressaísse à excelente arte que produz. A renovação se fez mais do que necessária. E a pandemia só acelerou um processo que aconteceria daqui a uns 5 anos.
Ações estratégicas
É justamente nas grandes crises mundiais que acontecem as maiores mudanças na sociedade. Geralmente o dinheiro muda de mão em períodos críticos. E a direção da TV Globo soube agir de uma maneira absolutamente estratégica. Cortou os grandes salários e deu uma cara mais jovem ao seu elenco. Não é fácil dispensar grandes estrelas, mas é um mal necessário.
A guerra explícita contra o atual governo, algo que nunca se viu antes na história da emissora, fez com que sua imagem fosse seriamente abalada. A preocupação agora é suavizar sua programação e não associar ao radicalismo. Deixe isso com o jornalismo. Acabaram os programas de humor contra o governo, e a teledramaturgia não precisa estar conectada a temas sociais.
A Globo precisa de leveza e juventude. Estamos ao fim de uma pandemia que deixou os nervos à flor da pele. A escolha de Marcos Mion e Luciano Huck mostra que a emissora soube se renovar sem perder sua essência de qualidade.
Luciano precisa se afastar ao máximo de questões políticas. As especulações sobre uma possível candidatura à presidência só prejudicaram sua imagem. Luciano precisa voltar a ser divertido e entender que seu papel é entreter e não necessariamente mudar a sociedade.
Fonte: Metrópoles