

A gente nunca sabe que tipo de gatilho pode desencadear sensações ruins em uma pessoa. Em séries e filmes, especificamente, os estímulos são ofertados nas mais variadas maneiras. Em “Round 6“, maior e mais recente sucesso da Netflix, o maior deles é a violência.
Sucesso global do serviço de streaming, a série tem ganhado espectadores especialmente entre os mais jovens. Crianças e adolescentes têm assistido ao programa aos montes, fato que preocupa pais e escolas por conta das cenas explícitas e chocantes extremamente gráficas da atração criada por Hwang Dong-hyuk.
Em entrevista ao “TNH1“, o psicólogo Alexander Bez, especialista em relacionamentos, ansiedade e síndrome do pânico, explica que a violência e a agressividade contidas na série podem “adulterar nossas esferas mentais, evidenciando uma inclinação nesse sentido.” – A distopia carioca da vigilância que pode acentuar a violência racial e o autoritarismo Ele conta que pessoas que têm uma certa inclinação a apresentar comportamentos violentos podem ser induzidas a instigá-los diante de estímulos como os apresentados em “Round 6”.
Para Alexander, é preciso ter uma visão crítica e racional para lidar com obras dessa natureza.
Violência explícita no audiovisual não são uma novidade
O diretor Quentin Tarantino é provavelmente o mais citado quando o assunto é cabeças rolando e mortes violentas no cinema. No entanto, segundo especialistas, é preciso ter discernimento e razoabilidade para não se deixar levar por estímulos dessa natureza.
Fabio Barbirato, psiquiatra responsável pelo Setor de Psiquiatria Infantil do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa do Rio, questiona qual é a real necessidade de uma atração que estimula atos violentos como os de “Round 6”. “De todo modo, já que ela existe e viralizou, cabe aos pais, modelos que são para os filhos, ficarem atentos se eles estão assistindo a série, contextualizando e explicando que a violência não é a regra e nem o modus operandi de uma sociedade saudável“, escreve, à revista “Veja”.
Fonte: Hypeness