O Distrito Federal ultrapassou a marca de 4 mil mortes decorrentes da Covid-19 nesta segunda-feira (7/12), de acordo com boletim informativo divulgado pela Secretaria de Saúde. Ao todo, mais de 234 mil pessoas já tiveram oficialmente a doença na capital do país desde o início da pandemia.
Ceilândia segue como a cidade com maior número de óbitos até o momento: 683. Taguatinga, Samambaia e Plano Piloto vêm logo atrás, com 410, 312 e 281 mortes, respectivamente. Ao todo, 10 regiões administrativas no DF ultrapassaram 100 falecimentos por Covid-19.
Restrições
Desde a semana passada, conforme anunciado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), o Governo do Distrito Federal vem intensificando medidas para conter uma segunda onda da doença na capital do país. Nesta segunda, o emedebista declarou que tem trabalhado para que a Polícia Militar do DF (PMDF) possa atuar no fechamento de bares e restaurantes que descumprirem o decreto publicado em 1º de dezembro.
O texto, publicado em Diário Oficial, prevê o fechamento desses estabelecimentos às 23h, pois, de acordo com o titular do Palácio do Buriti, são locais “onde temos visto uma aglomeração muito grande”.
“Agora, estamos trabalhando em uma portaria conjunta para que a Polícia Militar também tenha o poder de fechar e autuar esses estabelecimentos”, revelou o governador. “Nós esperamos que as pessoas tenham consciência, não existe vacina ainda que seja distribuída à população. A doença tá aí”, alertou Ibaneis.
Segundo o chefe do Executivo local, novas restrições poderão ser adotadas, abrangendo mais setores, caso os números da infecção pelo novo coronavírus não recuem no Distrito Federal.
Providências e imunização
Acionada pelo Metrópoles nesta segunda-feira, a Secretaria de Saúde listou as providências que vem adotando para garantir a imunização dos brasilienses.
Está em fase de desenvolvido um amplo planejamento sobre a estratégia de vacinação da população do Distrito Federal contra o coronavírus.
O Plano Estratégico prevê: realização de inquérito soroepidemiológico (em andamento) para conhecer o comportamento do vírus em todo o DF; levantamento dos espaços da rede pública de saúde e de outras instalações do GDF para servir como postos de vacinação; estruturação desses locais para receber e armazenar as vacinas; estruturação do setor de compras públicas, objetivando a aquisição de seringas e contratação de câmaras frigoríficas; e seleção de profissionais de saúde da própria rede pública para a aplicação das vacinas.
A Secretaria de Saúde vem acompanhando as medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde sobre a compra e a aplicação da vacina no Brasil, e atuando previamente, dentro de suas atribuições, para que a campanha de vacinação seja executada com êxito em todo o Distrito Federal.
Para Gutemberg Fialho, presidente do Sindicato de Médicos do Distrito Federal, há uma série de medidas que deveriam ter sido adotadas muito antes. “Segunda onda ou não, o fato é que está havendo aumento no número de contaminações e de óbitos”, disse.
“Não tem milagre, é seguir a receita de bolo, mas o governo tem um discurso de que está tudo bem. Se 4 mil mortos significa que ninguém ficou sem assistência, então eu não quero saber o que é um desastre”, atacou.
De acordo com Fialho, a testagem em massa deve ser feita o quanto antes, assim como o aumento na oferta de testes. Ele sugere também intensificação na fiscalização de medidas sanitárias e de insumos distribuídos, principalmente máscaras e álcool em gel, para lugares públicos.
Inquérito Epidemiológico
Equipes da Atenção Primária da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, bombeiros militares e profissionais do Sesc começaram a fazer na última quarta-feira (2/12) testes do Inquérito Epidemiológico do GDF.
O inquérito começou um dia depois de o governo restringir o horário de bares e restaurantes para conter a segunda onda de coronavírus na capital do país.
“Todas as vezes que a gente tiver alterações, vamos comunicar o governo para que as medidas sejam adotadas, ou não. Cada vez que a gente aumentar esse quantitativo da taxa de transmissão, poderemos tomar outras medidas, caso seja necessário, para que a gente possa trazer à população mais informações e tranquilidade. É proteção para a população”, ressaltou o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, quando o Inquérito Epidemilógico foi iniciado, em Ceilândia, cidade campeã de casos e mortes por Covid-19 no DF.
Fonte: Metrópoles